sábado, 27 de junho de 2020

Vamos falar sobre o "Get off the spectrum" Sair do Espectro Autista? E suas inconsistências avaliativas e profissionais.


Vamos falar sobre o "Get off the spectrum" Sair do Espectro Autista? E suas inconsistências avaliativas e profissionais.

Recentemente um estudo feito pelo conselho internacional de neurociência em conjunto com órgãos regulamentadores efetuou uma nova abordagem ao tema "Get off the spectrum" ou sair do Espectro Autista conforme vem sendo abordado por alguns profissionais relacionados a transliteração de conteúdos. Processo comum de tradução no Brasil onde não são levando em considerações abordagens primeiras da cultura para o entendimento regionalizado de determinada terminologia ou nomenclatura.

Como já é de costume de tempos em tempos, surgem histórias de crianças, adolescentes e adultos que parecem ter simplesmente "superado" ou eliminado um diagnóstico precoce de autismo.  Essas histórias geralmente se relacionam a uma ou outra abordagem terapêutica - ABA, uma mudança na dieta ou alguma outra técnica para melhorar os sintomas autistas. Conforme estudos apontam é realmente possível para uma pessoa ser diagnosticada com precisão com autismo quando criança e depois "crescer" com a suposta saída do espectro autista?

Conforme avaliações recentes por abordadas em conjunto e avaliadas pelo conselho internacional de neurociência, neurologia e psiquiatria, oficialmente, a resposta é "não"

Siri Carpenter escritora, cientista, premiada com Madison, Wisconsin, ativista e a primeira autora do livro de psicologia Visualizing Psychology (John Wiley & Sons, 2007). Traz a reflexão para os contextos atuais, de acordo com o DSM-5 (o manual de diagnóstico que atualmente descreve os distúrbios mentais e do desenvolvimento nos Estados Unidos e em muitos outros países), a resposta é não, não é possível sair do autismo.

Em outras palavras, podemos observar que o DSM, categoriza os sinais do autismo para características de condições Coexistentes (Não apenas Comorbidades) esse processo do neurodesenvolvimento se apresenta cedo e continuam por toda a  vida quando abordamos observações do sistema interno para sua característica do sistema neural, embora os adultos possam "mascarar" seus sintomas, processo que costumo comparar com a camuflagem mesmo que em algumas situações esse processo não eliminará o primórdio para sua metodologia de pensamento. Porém, de acordo com o DSM, é sim possível evoluir gradativamente não apenas entre os níveis podemos inclusive sermos favorecidos com características do processo evolutivo onde "crescer" no autismo se torna possível. Já com a abordagem primária à conclusão científica aborda que se de fato, se uma pessoa com diagnóstico de autismo parece superar, eliminar características únicas de seu processamento neural ao que corresponde aos seus sintomas iniciais, ela não foi diagnosticada adequadamente.

O autismo pode ser diagnosticado incorretamente, em alguns casos, um profissional pode colocar um rótulo de "autismo" em uma criança por causa de comportamentos e características que se enquadram nos critérios de autismo, mas não avaliam outros problemas subjacentes aos seus comportamentos.  Não são apenas características do autismo compartilhados por outros distúrbios relacionados (e não relacionados), mas alguns sintomas semelhantes ao autismo podem ser responsáveis por problemas físicos que podem ser abordados de maneira precipitado no diagnóstico.  

Por exemplo:

A fala tardia ou desordenada, um sintoma clássico do autismo, pode ser causada por muitos problemas diferentes, desde apraxia da fala até perda auditiva, isso não deve ser levado em consideração como característica única para a abordagem do Autismo, esses são problemas subjacentes que podem surgir em um discurso típico.

Problemas sensoriais podem levar a comportamentos avaliativos para o pré diagnóstico do autismo, mas é muito possível ter disfunção sensorial sem ser autista, vemos essas características constantemente relacionadas em pessoas deficiências adicionais onde sua percepção poderá ser compensada ou desregulada, um exemplo simples é minha visão monocular onde tenho uma compensação de 75% na parte auditiva direita, em paralelo a visão onde não enxergo levando em consideração apenas essa observação poderia não ser um fator primordial para tal diagnóstico, em contrapartida na audição esquerda eu apresento a mesma porcentagem em uma.soma total de acuidade auditiva que apresenta interferências além da deficiência.  Quando pegamos essa características  e ajudamos uma criança a gerenciar ou evitar ataques sensoriais, todos os comportamentos desaparecerão, diferente de um processamento pré definido.

Alguns comportamentos semelhantes ao autismo podem resultar de alergias, seletividade ou intolerâncias alimentares.  Se uma criança é alérgica ou intolerante a lactose ou glúten, por exemplo, remover esses itens de sua dieta pode ter um tremendo impacto positivo no aprendizado e no comportamento, em outras observações essa retirada ou controle suplementar em crianças típicas podem não representar nenhuma alteração em seu quadro.


Em muitos casos, as crianças são diagnosticadas com autismo quando um diagnóstico mais apropriado pode ser Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Ansiedade Social ou Transtorno de Aprendizagem Não Verbal. Quando esse for o caso, é possível que uma combinação de terapia cognitiva e medicação apropriada seja essencial. se fazendo visível a recuperação total de tais Comorbidades (Diferentes das Condições Coexistentes) com a não necessidade de um diagnóstico Autístico.

Com essa visão devemos abolir a nomenclatura "Get off the spectrum" ou Sair do Espectro, visto que muitos profissionais confundem o complemento terapêutico para melhora na qualidade de vida com o A.B.A / Denver em suas ramificações, as terapias e tratamentos médicos e profissionais podem sim melhorar radicalmente as Comorbidades (Doenças/Morbidsus/Latin) dentro do sistema neural o seu intelecto neurodiverso se manterá e caso esse aspecto não seja observado todo o tratamento das demais características podem se tornar infindáveis, embora as crianças com autismo não parecem "melhorar" ao longo do tempo sem intervenção, a maioria melhora ao longo do tempo com terapias e maturidade. podemos concluir que alguns melhoram bastante inclusive superando barreiras de divisão social para sua comunicação e defesa do seu meio, posso enumerar diversos Autistas, que demonstram superar diariamente suas dificuldades dentro dessa diversidade em que vivemos.

Observamos que profissionais de praticamente todas as terapias do autismo podem contar histórias de uma criança que começou com sérios desafios e, com o tempo, construiu habilidades significativas.  Em alguns casos, as crianças são descritas como "recuperadas" ou "indistinguíveis de colegas comuns".  A realidade, no entanto, é que a maioria das crianças que parecem "curadas do autismo" foi curada de algum problema físico ou psicológico que causa sintomas semelhantes ao autismo ou aprendeu técnicas e comportamentos de enfrentamento que efetivamente mascaram (Camuflaram como gosto de dizer) seus sintomas de autismo.

Se uma pessoa foi diagnosticada com autismo com precisão, ela ainda terá as mesmas diferenças que teve quando criança.  Ele quase certamente precisará de pelo menos algum apoio para gerenciar os desafios da vida moderna.  Mas, em alguns casos, ele pode ser capaz de "passar" como neurotípico em pelo menos algumas situações.

Quais filhos têm mais probabilidade de melhorar consideravelmente no Autismo?

Crianças com o Autismo severo relativamente podem sim melhorar até o ponto em que é capaz de se apresentar bem em diversos ambiente como escolas,  viagens, passeios e participação social.  Mas isso dependerá de diversos fatores já citados como terapias, medicamentos, tratamentos e acompanhamento médico profissional. Embora a inclusão possa ser apropriada por um período de tempo, a maioria das crianças com autismo severo ou moderado acha difícil ou impossível gerenciar demandas cada vez mais complexas nas áreas de comunicação social, funcionamento executivo e raciocínio abstrato com isso esse acompanhamento poderá ser constante e intermitente, onde as melhorias devem ser sempre observadas e avaliadas em uma constância adequada, aqui observamos que nossa aceitação fará toda diferença na qualidade de vida desse Autista. Dentro desses limitadores crianças não verbais podem desenvolver outros métodos de comunicação, suas convulsões podem ser controladas com apoio médico profissional e seu aprendizado pode ser ajustado conforme regras da neuroplasticidade.

Dentro da verdadeira realidade é que as crianças com maior probabilidade de melhora rápida e assertiva são aquelas cujos sintomas já são relativamente leves e não incluem questões como convulsões, atraso na fala, dificuldades de aprendizado ou ansiedade severa.  Em geral, portanto, as crianças com maior probabilidade de aparentemente "derrotar" o autismo são aquelas com QI normal ou acima do normal, habilidades de linguagem acentuadas e outros pontos fortes existentes.

É importante notar, porém, que deixar para trás um diagnóstico do espectro do autismo não é a mesma coisa que tornar-se "normal".  Mesmo crianças com funcionamento muito alto que parecem "superar" seu diagnóstico de autismo ainda lutam com uma variedade de questões de vários aspectos. observamos que tais indivíduos mantém ainda desafios sensoriais, dificuldades de comunicação social, ansiedade e outros problemas, que lhe direcionam aos diagnósticos primários após um novo período de acompanhamento como TDAH, TOC, ansiedade social ou uma reativação do Transtorno da Comunicação Social.

Então Jacson qual diferença entre "superação" e "radicalmente melhorando"?

Conforme observamos no DSM, qualquer pessoa que tenha sido diagnosticada corretamente com autismo sempre será autista, mesmo que não pareça ter sintomas de autismo. O fato de não estar apresentando nenhum sintoma significativo é uma prova de sua capacidade de " mascarar "ou"gerenciar " (Ou camuflar como gosto de falar) suas dificuldades cotidianas. Essa interpretação é compartilhada por muitos adultos funcionais que foram diagnosticados com autismo quando crianças. Uma pesquisa recente feita pela universidade de Oxford com mais de 2.000 Autistas chegou a seguinte indagação, unânime de todos os Autista avaliados "por dentro ainda sou autista, mas aprendi a mudar meus comportamentos e gerenciar meus sentimentos" também observamos que 89% de todos esses Autistas apresentam uma possível recaída, que pode ser sentida pela saturação emocional ou pausa em seus acompanhamentos e terapias.  Em outras palavras, há alguma visão básica que torna as pessoas autistas, e essa diferença básica não desaparece, mesmo que os sintomas comportamentais desapareçam.

Observamos aqueles que têm um ponto de vista muito diferente. A perspectiva deles: se uma pessoa não apresenta mais sintomas suficientes para um diagnóstico de autismo, ela superou (ou foi curada) o autismo.  Em outras palavras, as terapias funcionaram e o autismo se foi algo que é refutado não apenas pelas normativas mas pelos preceitos básicos de entendimento do sistema neural, quando colocamos os mais de 286 genes mapeados e replicados eles em escalas individuais não conseguimos idealizar tal afirmação do radicalmente melhorando, que enfatiza a famosa "Get off the spectrum" ou sair do Espectro, estudos mais aprofundados apenas reforçar que uma vez desenvolvido o processo neural não pode ser configurado em preceitos científicos onde em comparação temos dois fótons replicados em um espelho onde um deve tomar o lugar do outro, faz com que tal presença deixe de existir para que uma cópia tome seu lugar, algo ainda não superado pela atual ciência, podemos mesmo que pela ficção científica abordamos tais características inacessível pela série Altered Carbon.

Jacson então quem está certo?  Quando os sintomas não são mais óbvios para um observador externo, eles foram "superados"?  "curado?"  "mascarado?"

Como em muitas características relacionadas ao autismo, não há uma resposta absolutamente correta para essa pergunta.  Porém precisamos manter a coerência, sabendo utilizar o processo de investigação adequadamente, essa incerteza se estende ao âmbito profissional.  Sim, existem profissionais que removerão o autismo, dizendo "o autismo se foi".  E sim, existem aqueles que manterão a classificação, dizendo que "o autismo nunca desaparece verdadeiramente, embora seus sintomas possam não ser evidentes".  hoje ao escolher o seu médico profissional precisará ter esse cuidado, só assim você poderá obter a resposta adequada dentro das diretrizes primárias do DSM atual, mesmo que ainda abra precedentes para tais erros na investigação, entretanto novas formulações no âmbitos da psicologia, neuropsicologia, psiquiatria  e Neurologia reforçam a chegada de um novo DSM, intitulado como versão seis,  onde seu lançamento irá blindar tais características e reforçar diagnóstico avaliativo para o enquadramento do Autismo, tais pontuais reforçam que seu lançamento se dará em Dezembro de 2021, um mês antes da alteração do CID 10 para CID 11 incorporado e complementando processos de diagnósticos do Autismo, fontes de estudos consultadas pela Spectrum reforçam que tais ajustes avaliativos deverão ser mantidos por profissionais onde a sua classificação de saída do espectro deverá ser justificada com o Autismo sobre investigação, onde o profissional não deverá aplicar o enquadramento em caso de suposições, evitando tais desarmonia e desencontros nos processos avaliativos atuais.

Verywell explica aos pais de crianças com autismo geralmente ficam sobrecarregados com informações sobre "curas" que variam do irracional ao extremamente arriscado. Essas chamadas curas são baseadas em teorias sobre o autismo que não são suportadas por pesquisas.  É muito importante diferenciar entre tratamentos que podem e devem ajudar seu filho e aqueles que têm o potencial de prejudicá-lo.

Terapias como ABA, Denver, terapia lúdica, fonoaudiológica e terapia ocupacional podem fazer uma diferença positiva para o seu filho, assim como medicamentos para atenuar a ansiedade, gerenciar convulsões e melhorar o sono. já  tratamentos como quelação, câmaras de oxigênio, alvejantes e similares não são apenas ineficazes: são extremamente arriscados catalogados dentro de pseudoterapias ineficazes ao modelo internacional de atendimento.

Não devemos aqui unificar o tipo e nível  de autismo em um único pensamento sobre as dificuldades que uma mãe, pai cuidadores ou familiares têm com as diversas individualidades que o autismo apresenta pelo contrário devemos conscientizar e melhorar a acessibilidade a tratamentos, terapias, medicamentos e profissionais qualificados onde sua resposta a qualidade de vida seja efetivamente colocada em prática, sem promessas ou enquadramentos indevidos, embora a esperança (e a celebração de pequenas vitórias) seja sempre importante, também é senso comum deverá fazer parte de nossa trajetória ao lado do Autismo.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier no Instagram @jacsonfiertea no Facebook e Jacson Marçal Blogspot.

Reference:

https://www.spectrumnews.org Acessado em 24/06/2020 às 18:34.



quinta-feira, 25 de junho de 2020

Além das Altas Habilidades/Superdotação Gifted and Talented


Além das Altas Habilidades/Superdotação em sua migração de conceito para Gifted and talented.

Estamos constantemente trabalhando pontos direcionados onde processos desatualizados no Brasil dificultam o trabalho Multidisciplinar em crianças, adolescentes e adultos dotados de habilidades que possamos extrair e trabalhar em suas particularidades, mesmo com conceito presente de Dupla Excepcionalidade podemos fazer um avanço significativo quando deixamos de lado padrões sazonais ultrapassados no processo de diagnóstico e apoio no Brasil.

Perguntas freqüentes sobre educação Gifted and talented efetuadas na Association Gifted EUA.

 Existe uma definição de "talentoso"?

Sim.  A atual definição federal de alunos talentosos foi originalmente desenvolvida no Marland Report to Congress de 1972 desde então passou por diversas atualizações onde foi modificada várias vezes desde então (Última em 2019). A definição atual, é:

Estudantes, crianças,  jovens e adultos que demonstram alta capacidade de desempenho em áreas como intelectual, criativa, artística ou de liderança ou em áreas acadêmicas específicas e que precisam de apoio e atividades que normalmente não são fornecidos pela escola para desenvolverem-se plenamente  esses recursos.

Nesse ponto específico conseguimos abordar uma característica que não se vê presente no atual processo educacional, dentro das atividades de apoio e atividades que normalmente não são fornecidos pela instituição de ensino, dentro desse aspecto observamos a necessidade de um trabalho direcionado de uma psicopedagoga que saiba trabalhar dentro de suas particularidades ou hiperfoco como ocorrido no autismo trabalhos de expansão gradual do seu conhecimento blindando possíveis negativas apresentadas na dupla excepcionalidade.


 Quantas crianças dotadas existem nos EUA?

O Escritório de Direitos Civis do Departamento de Educação dos EUA estima que 6% dos estudantes de escolas públicas estão matriculados em programas de dotação e talento.

Incrivelmente quando comparamos com crianças no Brasil esse número saltou para 7,5% dos estudantes em escolas públicas sem nenhum registro em programas de dotação e talentos

Quando migramos para crianças talentosas esse número sobe para 75% no Brasil e 58% no EUA, mantendo a diferença de não adaptação às características de ensino, sem apoio pedagógico direcionado no Brasil, já no EUA estudos dentro de novas funções continuam em constante evolução. 

Podemos observar aqui um verdadeiro obstáculo gerado pela diferença sócio educacional entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos onde a presença de apoio não é colocada em prática, temos uma notável redução de Q.I, Q.E e Q.A no Brasil, já pelo outro lado quando observamos a expansão da educação inclusiva os números apresentados no EUA saltam para 23% dos alunos da escolas públicas onde o desenvolvimento de atividades e modelos de aprendizado são compensados pelo conceito de desenvolvimento intelectual individualizado. Percebemos que crianças mesmo que apenas talentosas tendem a seguir sua desenvoltura complementar no âmbito educacional quando apoiado adequadamente.

Podemos observar essas características de Gifted and talented bem executada pelo processo de interesse regional de ingresso em universidades e áreas Multidisciplinares para seu desenvolvimento pessoal, uma carga de  complemento e aperfeiçoamento constante visto em países desenvolvidos, ditos de primeiro mundo conseguem implementar modelos adaptativos para atividades antes restritas ou fora de grades educacionais típicas.

Com base nessa adaptação observamos o surgimento de novas áreas em crescimento tidas pelos talentos trabalhado em países desenvolvidos;

Ciência e Processamento Tecnológico.
Genética e Modulação. 
Desenvolvimento Ecológico e Sustentável. 
Educação Multidisciplinar adaptativa.
Comunicação e Interação Filosófica.
Neuropsicopedagogia. 
Neuropsicologia. 
Medicina Sistêmica.
Arte Evolutiva.


São algumas das funções adequadas recentemente dentro de características do processo evolutivo ligado a crianças, adolescentes e adultos com características dos seus talentos com ligações de enquadramento a dupla excepcionalidade.

Com tais informações podemos observar a evolução constante no processo educacional, onde características de Adaptabilidade para atividades específicas começam a gerar resultados em diferentes áreas adaptativas, o Brasil precisará se adequar para esse processo evolutivo de educação onde não apenas crianças enquadradas dentro de sua dotação de conhecimento como criança comuns possam explorar seus talentos individuais.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier no Instagram @jacsonfiertea no Facebook e Jacson Marçal Blogspot.

Reference:

https://www.nagc.org/ Acessado em 21/06/2020 às 14:30









domingo, 21 de junho de 2020

Talvez falte união entre os meios

Eu queria tanto que saíssemos dessa um pouco melhor, cientificamente falando temos poucos recursos e pouco tempo para fazermos a diferença, para criar algo melhor para as próximas gerações, quem sabe deixar algo que seja extremamente útil, um compartilhamento verdadeiro de esperança e união.

As pessoas continuam se achando melhores que as demais,

As pessoas continuam se preocupando unicamente com questões próprias,

As pessoas continuam com dificuldade em expressar empatia pelo próximo,

As pessoas continuam teimando em fazer o errado mesmo que o errado represente algo ruim para o próximo,

As pessoas continuam subestimando a natureza, a inteligência de outras pessoas a própria ciência não é mas respeitada,

As pessoas não conseguem entender que a união seria a forma mais prática e rápida para uma geração consciente, eficiente e racional para um bem maior,

De maneira estrutural o nível de inteligência vem reduzindo gradualmente, ano após ano essa pequena margem representa uma desordem gigantesca para o nosso futuro, nossa forma de agir e pensar, queria muito que a humanidade conseguisse de alguma forma perceber a sua real importância em um conjunto maior.

A sociedade porém não me parece muito preocupada com nosso futuro como um todo, ela que julga meu Autismo, dentro de uma forma divergente de pensar consigo observar o abismo imensurável sobre o que esperar do futuro de tal humanidade.

Dentro do nosso próprio meio também encontramos a clausura de pessoas, autistas, como eu, porém separatistas que não conseguem entender seu real propósito para com todos, 

"Se tá ruim deixa pra lá!"
"Eu ficando bem que mal tem!"

Em particular um que me chamou muita atenção nessa semana,

"Eu sou neurodiverso, represento apenas nosso meio" Mas e os outro? "Os outro são eles, eu sou eu" 

Estaríamos condicionados em uma vida tão separatista? Seríamos obrigados a representar tamanha arrogância e incoerência dentro de uma sociedade que se apresenta tão perdida diante do caos em que vivemos? Não tenho essas respostas, infelizmente queria eu poder mudar muitas questões que representem um bem maior.

Posso hoje dizer, o mundo que conheço não me parece mais o mundo que conhecia, esperança precisa ser colocada em prática dentro de pilares essenciais para nosso meio social. Quero que todos possam entender o real significado de responsabilidade por suas ações e suas objeções.

Acredito na união, acredito que nossa melhor opção esteja nela para que juntos possamos colocar em prática tudo de bom e positivo para um futuro melhor onde o egoísmo, ceticismo e narcisismo seja colocado de lado para que haja um verdadeiro futuro.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

A Hipo ou Hipersensibilidade dos sentidos no Autismo



A Hipo ou Hipersensibilidade dos sentidos no Autismo

Estudos recentes apontam que 98% dos Autistas ou seja sua maioria dentro do espectro experimenta ou experimentará pelo menos uma forma de hipersensibilidade dos cinco sentidos. 

Essas alterações nos comportamentos sensoriais podem levar a oscilações positivas ou negativas das desordens na capacidade do indivíduo de trabalhar, interagir com a família e participar de atividades de lazer.

Além disso, essas respostas atípicas a estímulos sensoriais normais podem estar associados aos principais sintomas do seu nível de autismo, como déficits sociais e comportamentos repetitivos.  Apesar da importância das anormalidades sensoriais para avaliação e adequação do autismo, o cérebro dos autistas recebem informações dos cinco sentidos no nível subcortical e como essas informações se transformam em respostas aversivas, sendo classificados em uma Hipersensibilidade ou hipo são investigadas em diversos níveis pela neurociência.

Estudos mostraram que, quando somos expostos (Autistas) a sinais sensoriais levemente aversivos, apresentamos hiperatividade anormais nas áreas do cérebro que processam informações sensoriais e emoções, em comparação com crianças em desenvolvimento típico.  Uma dessas regiões hiperativas é a amígdala, o centro emocional do cérebro que controla o medo e a ansiedade.  A amígdala também é conhecida por integrar informações sensoriais e emoções para manter a homeostase contra estímulos externos (Já escrevi aqui sobre Fight or Flight).

 A hipersensibilidade sensorial pode surgir da hipersensibilidade dos neurônios da amígdala em resposta a estímulos sensoriais normais ou, alternativamente, os neurônios normais da amígdala podem receber sinais exagerados das modalidades sensoriais.  Na parte frontal sub lateral do cérebro se concentrará nos neurônios do peptídeo relacionado ao gene da neuropeptídeo calcitonina (CGRP) no núcleo parabrachial pontino (PBN), que retransmitem sinais sensoriais multimodais para a amígdala.  Dados preliminares mostram que os neurônios positivos para CGRP transmitem informações sensoriais aversivas multimodais à amígdala, em todas as cinco modalidades sensoriais.

Com base nessas informações podemos concluir que os níveis de hipersensibilidade no Autismo poderá variar entre os extremos quando comparados dentro de um conjunto avaliativo para os 5 principais pilares destas características:

Olfato representando uma grande desordem por características ambientais, de alimentação e percepção individual de cada produto, podendo gerar um interesse agradável ou extremamente desagradável por vários tipos de alimentos e objetos em geral.

Paladar trabalhando em conjunto com o Olfato tem sua percepção aguçada ou totalmente desregulada para percepção de sabores, temperos e texturas. Uma característica que tende apresentar negativas dentro dos padrões de conhecimento reforçando.

Visão pode apresentar principalmente aceleração e foco desregular pela percepção aguçada dentro se um ambiente, tem ligação com as demais modalidades sensoriais no autismo podendo inclusive ter uma avaliação dinâmica para cores e tons onde podemos passear entre os limites de gostos e seletividade individual no espectro.

Tato trabalha com os demais aspectos sensoriais com ele autistas podem passear entre características de aprendizado além de apoio direcionado para demais terapias como TO e Fono além das maneiras singulares de aprendizado com essa percepção sendo aguçada, por outro lado pode ocorrer uma grande deficiência no momento da sensibilidade onde avaliação médica profissional se faz necessária.

Audição uma característica sensorial muito presente no Autismo, essa desordem pode gerar extremos excessos que segue uma linha maior de desordem, autistas pode ouvir sons em uma frequência muito baixa ou simplesmente repelir a recepção de sons, para o devido apoio Multidisciplinar se faz necessário uma avaliação para o devido enquadramento e atendimento, existem ferramentas de apoio como redutores, abafadores e relacionados.

Uma avaliação adequada desses fatores relacionados à hipersensibilidade podem nos fornecer informações fundamentais em nível de testes sobre o modelo de hipersensibilidade sensorial no autismo e fornecer conhecimento crítico para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas específicas para tratar a hipersensibilidade sensorial no autismo com profissionais médicos e terapêuticos profissionais.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier no Instagram e @jacsonfiertea no Facebook.

Reference:

https://www.autism-society.org/children-autism-hypersensitivity-communication-tips-help/ Acessado 12/06/2020 às 12:12.

https://integratedtreatmentservices.co.uk/blog/sensory-hyper-hyposensitivity-autism/ Acessado 10/06/2020 às 10:36.

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30244585/ Acessado 11/06/2020 às 13:21

segunda-feira, 15 de junho de 2020

O Autismo e a relação com a memória



Autismo e a relação com a memória 

Depois de vários pedidos de profissionais de neuropsicologia e psicopedagogia além de psicólogos resolvi fazer uma abordagem mais aprofundada em relação a memória e o autismo, por vários anos vem se estudando a relação da memória no autismo, entre esses fundamentos conseguimos observar diversas características únicas que variam dentro do espectro assim como a variação normal no meio neurotípico se faz possível, porém dentro da abordagem da memória conseguimos fazer algumas ligações entre os níveis e tipos de autismo para com a memória.

A memória comporta processos complexos pelos quais o indivíduo codifica, armazena e resgata informações. A codificação refere-se ao processamento das informações que serão armazenadas. A armazenagem, também chamada de retenção ou conservação, é o processo que envolve o fortalecimento das representações enquanto estão sendo registradas e a sua reconstrução ao longo da sua utilização e da entrada de novas informações. Finalmente, a recuperação ou repescagem é o processo de lembrança da informação anteriormente armazenada. O resgate pode utilizar uma busca consciente das informações ou ainda ser evocado de maneira não consciente através de associações dependentes do contexto, ativação por semelhança ou por necessidades.

Dois mecanismos importantes na recuperação são utilizados: 

O resgate e o reconhecimento. O primeiro caracteriza-se por uma busca ativa das informações armazenadas.

Já o reconhecimento envolve comparações de estímulos anteriormente registrados com novos estímulos, sendo uma função bastante útil para se evitar falsas lembranças. 

Indivíduos com autismo severo podem apresentar comprometimento em provas neuropsicológicas de resgate de palavras, porém com reconhecimento normal nos estágios iniciais, uma vez que tais provas parecem apresentar menor sensibilidade para diagnóstico precoce neste tipo de associação a deficiência intelectual.

Hoje já temos já sabemos que a informação não precisa necessariamente passar por uma via linear, mas poderia seguir “em paralelo”. Além disso o sistema de curto prazo não é único, mas subdividido em subsistemas específicos, como a alça fonológica e a visoespacial do modelo de memória operacional. Sistemas que funcionam de forma paralela e distribuída fazendo a ligação dentro do espectro do Autismo conseguimos interligar características uniformes e representativas em cada autista, sabendo separar suas excepcionalidades para um processo correto de aprendizado mesmo o indivíduo apresentando um nível severo do Autismo.


A memória se constitui por componentes que são mediados independentemente por diferentes módulos do sistema nervoso, mas de maneira cooperativa. Há uma série de classificações para memória e alguns sistemas chegam a ter 134 tipos diferentes de memória. 


Dentre as divisões da memória de LONGA DURAÇÃO, temos a Memória declarativa, também conhecida como explicita. A memória declarativa é a que nos permite expor através de palavras algo que lembramos, mas sempre recorrendo a evocação. Por exemplo, contar para um amigo como foi sua viagem de férias a tanto tempo planejada. Essa memória tem ligação direta com autistas que apresentem uma taxa de compreensão verbal alta dentro de uma avaliação neuropsicológica e psicopedagógica.

Dentro desse conceito da memória e suas ligações dentro das avaliações conseguimos abrir subdivisões da memória declarativa que se subdivide em semântica e episódica. 

A memória semântica é responsável por consolidar o conhecimento do mundo a nossa volta, mas através de palavras. Enquanto a episódica refere-se a nossa experiência de vida, mas em um dado momento cronológico.

Novamente entrando dentro dessa ramificação podemos entrar em uma nova ramificação com a memória episódica se subdivide em anterógrada e retrógrada. 

A memória anterógrada consiste na nossa capacidade de consolidar novas memórias a partir de um ponto, enquanto a retrógrada consiste em lembrar de experiências que aconteceram anteriormente em nossa vida. Para ilustrar todo o processo da memória declarativa, voltemos a situação da viagem de férias. Contar para um amigo como foi a viagem para um determinado lugar consiste em um bom exemplo do usa da memória semântica, mas a episódica se enquadra neste exemplo quando se quer contar por exemplo, como foi a viagem nos primeiros dias de férias.

Com essas duas divisão conseguimos observar a classificação de autistas serem influenciados diretamente pela memória episódica quando o autistas tendem a manter um interesse restritivo com potencialidades a serem trabalhadas dentro da sua comunicação para melhora gradual. Já autistas que precisam de apoio e treinamentos de repetição são observados dentro da memória semântica consiste na junção da memória de aproveitamento para autistas que precisem trabalhar a sintetização.

Outra divisão da memória é a implícita ou não declarativa. Esta subdivisão é a nossa capacidade de realizar um ato ou comportamento que originalmente exigiu algum esforço consciente, mas que não requer resgate intencional da experiência consciente. Uma modalidade de memória que consiste em adquirir habilidades reguladas pela percepção ou pela motricidade, mas que não tem como declarar verbalmente comum em autistas não verbais. Um exemplo muito comum é andar de bicicleta. Não tem como decompor tal aprendizado prático, simplesmente montamos em cima de uma bicicleta e saímos pedalando. É claro que tem outros processos como o equilíbrio, impulso ou forma de pedalar, mas cada indivíduo tem seu jeito.


A memória priming (Pré-ativação). É um tipo de memória descoberta muito utilizada recentemente na neurociência. Ela se evoca, mas através de um estímulo sensorial como som, imagem, cheiro ou alguma palavra. É representada por tudo associado aquele estímulo. nessa característica podemos observar que ela poderá ser aproveitada em todos indivíduos com Autismo. Por exemplo, o cheiro de terra molhada fazer você se lembrar de uma viagem que fez a uma fazenda no qual choveu o dia todo, mas que você nem se lembrava mais. Segundo efeitos experimentais, a memória priming refere-se à influência que um evento antecedente (prime) tem sobre o desempenho de um evento posterior (alvo), por exemplo. Uma palavra pode ser acessada mais rapidamente se precedida por outra palavra no qual partilha características semânticas (médico/hospital), semântica (hora/oca), ou morfológicas (dança/dançarina).

Já em Autistas que consigam apresentar Altas Habilidades/Superdotação temos em maior frequência a memória de CURTA DURAÇÃO parece estar associada ao tempo de recuperação de uma informação, geralmente limitada em até um minuto, o que é proveniente do sistema proposto originalmente facilitando a ligação a memória de LONGO PRAZO.

Sendo assim a ligação da memória de CURTO PRAZO para autistas com Altas Habilidades/Superdotação se liga a memória operacional, um sistema de memória responsável pelo arquivamento temporário de informação e serve para que operações mentais sejam realizadas no decorrer do mesmo tempo e aplicados em um futuro.

Já a ligação para autistas que tenha algum nível de Deficiência Intelectual ou Savant poderá ser presente algumas características como a memória prospectiva que refere-se à capacidade de lembrar-se de executar uma ação planejada para o futuro. Ela requer que o indivíduo recorde tanto da natureza de um evento futuro, quanto da hora de sua ocorrência (intenção baseada no tempo) ou então lembre um conteúdo a ser tratado em um evento futuro (intenção baseada no evento).

Dentro dessas características primárias abordamos algumas questões relacionadas ao neurodesenvolvimento no autismo, para uma adequação e melhor entendimento será necessário uma avaliação neuropsicológica e psicopedagógica além de possíveis avaliações de quadros do sistema neural com a Neurologista e Neuropediatra, com tais informações será possível trabalhar adequadamente cada função dentro de cada indivíduo no espectro autista. 

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

Referências:

ABREU. N, MATTOS. P. MEMÓRIA. Avaliação Neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed. 2010.

ELÓI. J. 7 MEMÓRIAS DO SER HUMANO. Psicologia free. URL:“http://www.psicologiafree.com/curiosidades/7-memorias-do-ser-humano/”. Acessado em: 24 de setembro de 2015.

FERREIRA A. A e Cols. PRIMING (verbetes). URL: “http://psicolinguistica.letras.ufmg.br/wiki/index.php/Priming”. Acessado em 24 de setembro de 2015 MAIA. J. MEMÓRIA. Cérebro: 100 coisas que você não sabia – Guia do usuário (Revista National Geographic). Editora Abril. São Paulo. 2015.










quinta-feira, 11 de junho de 2020

Resumo Profissional de apoio ao Autismo.




Resumo Profissional de apoio ao Autismo.

Quando falamos do TEA, transtorno do espectro Autista temos em mente que se estende ao transtorno global do neurodesenvolvimento, com essas características precisamos respeitar alguns pontuais no tratamento e apoio ao Autista.

Existem barreiras éticas e profissionais que irei separar por categoria e responsabilidade legal dentro das normais internacionais de diagnóstico avaliativo e quantitativo do Autismo.

✔Médicos da primeira linha de atendimento para o Autismo:

✅O Psiquiatra entra como o principal profissional primário no atendimento, ele será capacitado conforme as últimas atualizações sobre o Autismo para iniciar uma avaliação, solicitar o encaminhamento para possíveis terapias além de linkar seu paciente em conjunto com outros profissionais médicos caso seja necessário, vale lembrar que profissionais qualificado e especializados em Autismo podem iniciar um processo investigativo em conjunto com uma bancada médica profissional além de avaliar possíveis Comorbidades e Condições Coexistentes inclusive iniciar possíveis intervenções com fármacos caso seja necessário.

✅O Neurologista e Neuropediatra são profissionais capacitados assim como psiquiatra para identificar características únicas dentro do espectro, são de extrema necessidade para observar características particulares do sistema neural em conjunto com o neurodesenvolvimento, esses profissionais podem solicitar avaliações secundárias que incluem exames de imagem além de investigação para ligações particulares a genética, também são preparados para o processo de investigação no autismo e podem sugerir fármacos, avaliações secundárias e terapias no processo de atendimento.

✅O Pediatra pode iniciar uma avaliação para laudar o autismo infantil, respeitando regras internacionais essas avaliações devem seguir um padrão de observação primária, que poderá ocorrer entre 18 e 24 meses de vida, posteriormente deverá encaminhar o paciente para os profissionais informados acima.

✔Médicos de segunda linha de atendimento para o Autismo:

✅O Fonoaudiólogo desempenha um papel importante na inclusão e reabilitação de indivíduos com autismo. Ele trabalhará as habilidades sociais e comunicação a partir da realização da avaliação, que possibilitará identificar as dificuldades que serão estimuladas durante o processo terapêutico.

✅O Cardiologista poderá ser necessário, visto autistas tendem a apresentar possíveis Comorbidades relacionados a essa área de atuação ele é um médico profissional responsável por se ocupar do diagnóstico e do tratamento de doenças e disfunções relacionadas com o sistema cardiovascular, ou seja, com o coração e a circulação sanguínea, e até da cirurgia cardiovascular.

✅O Endocrinologista  é o médico que cuida dos transtornos das glândulas endócrinas. As glândulas endócrinas são órgãos que secretam substâncias no sangue, conhecidas como hormônios. Autistas podem apresentar inúmeras variações, a Endocrinologia visa reconhecer e tratar os problemas com esses hormônios, ajudando a restabelecer o equilíbrio do organismo Autístico.

✅O Gastroenterologista ou gastro, é o médico especialista em tratar doenças ou alterações de todo o trato gastrointestinal, que vai da boca ao ânus. processos que são muito afetados no autismo, além da ligação com o Sistema Nervoso Central (Leia meu texto sobre) assim, ele é responsável por tratar diversas doenças relacionadas à digestão, dores de estômago, cólicas intestinais, prisão de ventre e diarréia, por exemplo.

✅O Nutrólogo avalia os benefícios e malefícios causados pela ingestão dos nutrientes, autistas podem apresentar diversas desordens em relação aos nutrientes, esse profissional poderá auxiliar na manutenção da saúde e na redução de riscos de doenças. O médico nutrólogo também faz diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças relacionadas à falta ou excesso desses nutrientes.

✔Profissionais avaliativos primeira linha:

✅O Neuropsicólogo trabalha com processo de avaliação e investigação, para o autismo o profissional exerce uma função primordial, que envolve a investigação das funções cognitivas como memória, atenção, linguagem e função executiva. Esse profissional é capaz de identificar potencialidades e negativas, uma característica importante desse trabalho, é que o neuropsicólogo une uma avaliação de personalidade com uma avaliação cognitiva do paciente. Vale lembrar que esse profissional não poderá validar o Autismo respeitado a bancada médica profissional com os profissionais de primeira linha.

✅O Psicólogo é extremamente importante no diagnóstico e tratamento do Transtorno do Espectro Autista, desenvolvendo metodologias e técnicas específicas que vão ao encontro das necessidades de cada paciente, vale lembrar que o psicólogo preparado e atualizado poderá exercer as mesmas características avaliativas para um bom diagnóstico, o papel do psicólogo se faz importante também no apoio familiar, ajudando a entender e discutir o diagnóstico apresentado, além de lidar com os sentimentos presentes em todos aqueles que têm filhos autistas, Vale lembrar que esse profissional não poderá validar o Autismo respeitado a bancada médica profissional com os profissionais de primeira linha.

✅O Nutricionista nutricionista faz um diagnóstico nutricional para elaborar uma dieta que atenda às necessidades do Autista. Para isso, investiga o estado de saúde do paciente, seus hábitos alimentares e seu estilo de vida. A análise de saúde é feita através de medições de peso, altura, quantidade de gordura e massa muscular. Vale lembrar que esse profissional não substitui a profissionais médicos de primeira.e segunda linha.

✔Profissionais avaliativos de segunda linha:

✅O Pedagogo AEE é o profissional que atua em processos relacionados ao ensino e aprendizagem de Autistas. Esse profissional tem entendimento para aplicar seu trabalho dentro das características da educação especial mesclando atividades, ferramentas e preparação. Ele é especialista em educação e associa o aprendizado às questões sociais e à realidade em que o estudante se encontra. Suas atividades não substituem atividades mescladas da linha de terapias além de não poder validar processos que sobrepõem profissionais avaliativos da primeira linha.

✅O Psicopedagogo é o profissional indicado para assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de ensino-aprendizagem e tem uma atuação preventiva com apoio avaliativo secundário e investigativo do Autismo, seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Esse profissional poderá aplicar avaliações e atividades de intervenção, respeitando sempre os profissionais avaliativos de primeira linha, trabalhando em conjunto com os demais profissionais.

✅O Pedagogo hospitalar tem papel fundamental dentro da educação pois tem como finalidade acompanhar a criança ou adolescente autistas no período de ausência escolar, internados em instituições hospitalares, a pedagogia hospitalar poderá atuar nas unidades de internação ou na ala de recreação do hospital. Poderá trabalhar em conjunto com os profissionais avaliativos de primeira linha e médicos de primeira e segunda linha elaborando relatórios adicionais. Vale lembrar que não substitui os profissionais citados.

✔Profissionais terapêuticos para o Autismo:

✅Terapeuta Ocupacional é uma profissão da área da saúde que apoia o Autismo promovendo prevenção, tratamento e reabilitação das alterações cognitivas, afetivas, perceptivas e psico-motoras, decorrentes ou não de distúrbios genéticos, traumáticos ou de doenças adquiridas por meio da utilização da atividade humana como base de desenvolvimento de projetos terapêuticos específicos. Vale lembrar que esse profissional deve trabalhar em conjunto com todos os outros informados anteriormente, esse profissional não poderá sobrepor a primeira e segunda linha médica profissional.

✅O Psicomotricista é o profissional que age na interface saúde, educação e cultura, avaliando, prevenindo, cuidando e pesquisando o Autista na relação com o ambiente e processos de desenvolvimento, tendo por objetivo atuar nas dimensões do esquema e da imagem corporal em conformidade com o movimento, a afetividade e a cognição. Esse profissional poderá trabalhar em conjunto com os demais profissionais informados acima, porém deverá respeitar as avaliações da primeira e segunda linha médica profissional.

➡️Esses são apenas alguns profissionais que poderemos utilizar na avaliação, diagnóstico e tratamento do Autismo (Procure pelo meu Primeiro texto sobre Processo de Diagnóstico no Autismo em @jacsonfiertea no Facebook ou Jacson Marçal Blogspot) dentro dessas características existem inúmeros outros profissionais que podem ser apresentados como ferramentas de apoio ao Autismo, em uma breve atualização irei disponibilizar uma nova lista atualizada.

‼️Preciso reforçar que essas observações são apenas resumos primeiros de tais funções e especializações que abrangem diversos outros fatores além do Autismo, cada profissional tem seu devido valor e respeito em conjunto com suas atribuições e participação em nosso meio.

👍A intenção desse texto é mostrar as características individuais de cada linha de atendimento, onde profissionais precisam se comunicar e respeitar cada categoria de atendimento, podemos verificar que todas as ligações têm sua importância e o trabalho em conjunto consistente poderá apresentar uma melhora individual para cada autista respeitando os princípios da equidade em nosso meio.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

STIMMING, ESTERIOTIPIAS NO AUTISMO APOIO E INFORMAÇÃO


Comportamentos relacionados ao stimming (estereotipias) ou movimentos repetitivos são uma marca registrada do autismo. Bater as mãos, girar em círculos, balançar o corpo, vocalizações como grunhidos e murmurar além de outros hábitos que podem incomodar pessoas que não estão familiarizadas com o nosso meio. Os cientistas e os médicos há muito tempo confundem o que esses comportamentos significam  e como responder a eles.

Por muitos anos, os especialistas pensavam que os movimentos repetitivos significava um excesso de privações ou mesmo traumas, e que eles impediriam o aprendizado dos Autistas. 

O psicólogo Ole Ivar Lovaas, um dos primeiros especialistas em autismo, teria se referido a eles como "comportamento do lixo". fico até com repulsa só de imaginar.

1° Ele fez da supressão desses hábitos uma prioridade. Lovaas e seus apoiadores aplicavam choques eletricos, gritavam, sacudiam e davam tapas em crianças autistas.

2° Outros prescreveram antipsicóticos e outras drogas fortíssimas. Mesmo nos paradigmas atuais de tratamento, às vezes os profissionais e os terapeutas costumam treinar as crianças a ter menos movimentos 'mãos silenciosas', ao invés de deixá-los livres para se acalmarem e reorganizar.

Porém, evidências crescentes sugerem que comportamentos repetitivos foram mal compreendidos e que eles podem de fato ser incrivelmente úteis. 

Um estudo recente aplicados pela universidade de YALE descobriu que os comportamentos dão às pessoas autistas uma sensação de controle, ajudando-as a lidar com atitudes externos que muitas vezes são reações cansativas, essa é uma maneira de acalmar e se comunicar com seu estado de humor. Por outro lado, muitos autistas dizem que tem medo de externar seus comportamentos repetitivos, gerando um desgaste maior, fazendo com que se sintam inabilitados socialmente pela discriminação do meio típico/neurotípico.

Os adultos autistas defendem seu direito a esses comportamentos. Recuperando o termo técnico 'comportamentos estimulantes' como 'stimming', já existem blogs explicativos, vídeos e livros que revelam como os stimming ajudam a lidar com os problemas no nosso meio Autístico, sabendo logicamente separar um estado agressivo de um modelo único para controle. A sociedade precisa entender e aceitar esses comportamentos, compreendendo seus benefícios.

Em um estudo publicado no início deste ano, pela universidade de Columbia onde foram entrevistamos mais de 300 adultos autistas sobre seus comportamentos de stimming.

Uma das maiores descobertas ​​é que, embora muitos participantes tenham dito que seus estímulos são automáticos e incontroláveis, nenhum deles os detestam. A maioria das pessoas descreveu os comportamentos como calmantes.

Outra descoberta importante é que os estímulos são uma resposta à sobrecarga sensorial (como uma sala barulhenta) ou a pensamentos acelerados, como eu costumo chamar de taquipsiquismo ou até lentos Bradipsiquismo (como a ansiedade sendo controlada). Quando o stimming é ativado seu resultado antecede um estado que chamamos de "emoção incontida". 

As pessoas autistas podem ser enquadradas dentro de sensações, novas informações e seus próprios pensamentos. Os participantes do estudo relataram que o sentimento de relaxamento com os estímulos sobre os sentimentos intensos, ajudaram a se recuperar além de criar uma sensação de controle maior.

O stimming serve também como uma maneira de comunicação. Os participantes disseram que às vezes saem de alegria ou excitação e outras vezes de ansiedade ou tédio, onde os estímulos sinalizam o seu comportamento. Por exemplo, bater as mãos que reflete um estado emocional positivo geralmente envolve estender os braços e fazer um movimento de ondulação, enquanto no bater as mãos devido à angústia, as pessoas autistas tendem a manter as mãos e os braços próximos ao resto do corpo.

Tendo observado essas características, podemos concluir que pouco se sabe sobre o quão funcional a utilização dos estímulos podem ajudar e apoiar os autistas, sabemos também que existe uma grande confusão sobre o estado agressivo de auto mutilação e agressão comparada com uma desordem que foge de seu controle, hoje por experiência própria aprendi a utilizar esses estímulos dentro da transferência com objetos que me auxiliam a minimizar o excesso de tensão muscular, além da minha extrema ansiedade.

Confio que a utilização adequada dos stimming (estímulos) pode sim apoiar os Autistas, além de um acompanhamento profissional adequado para avaliar pontos positivos e negativos que antecedem uma retirada total desse sistema próprio do nosso neurodesenvolvimento.

Autista Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

Reference:

Kapp, Steven K .; Administrador, Robyn; Laura Crane; Elliott, Daisy; Elphick, Chris; Pellicano, Elizabeth; Russell, Ginny (2019). " ' As pessoas devem ter permissão para fazer o que quiserem': pontos de vista de adultos autistas e experiências de stimming" (PDF) . Autismo . 23: 1782-1792. doi : 10.1177 / 1362361319829628 . PMC  6728747 . PMID  30818970

Fadhil, Tamara (2018). "Sistema de monitoramento ao vivo para reconhecer emoções variadas de crianças autistas". 2018 Conferência Internacional de Ciência e Engenharia Avançada (ICOASE) . pp. 151–155. doi : 10.1109 / ICOASE.2018.8548931 . ISBN 978-1-5386-6696-8.


segunda-feira, 8 de junho de 2020

Autismo Fight or Flight (Fuga ou Luta) e Crise.




O Autista é mais propenso a apresentar desordens pelo seu sistema Fight or Flight (Luta ou Fuga) em conjunto com suas crises, esses processos geram uma desordem maior quando não apoiado devidamente poderá desencadear uma ação sistemática em todo organismo.

Sistema Neural, com Amígdala por sua vez se interligando com o sistema nervoso central irá gerar estímulos e reações em todo sistema muscular, que podem se estender desde uma breve agressão verbal a um sistema impulsivo de agressão quando ligado pela desordem de luta.

Já na desordem de fuga podem ocorrer ações em que o Autista sairá correndo até mesmo se esconder de situações que fujam do seu padrão normal de entendimento.

Algumas ações que indicam Fight or Flight em crise:

*Chutar, gritar, morder, cuspir, jogar coisas, etc.

*Uma autista pode tentar encontrar qualquer lugar possível onde as informações visuais e auditivas sejam diminuídas, além de estar em algum lugar em que elas não serão tocadas ou sejam necessárias para fazer contato visual.

*Eles podem tentar encontrar um espaço aconchegante e apertado, onde seu corpo receba a propriocepção necessária e um toque profundo de pressão. Possivelmente debaixo de uma mesa ou cama, enterrada nos braços ou recuando para o canto de um quarto.

*Eles podem tapar os ouvidos, fechar os olhos e dobrar os braços e as pernas o máximo possível.

*Eles podem correr e tentar escapar da situação em questão sem nenhuma consideração à segurança, o Autista pode atacar ... tenha em mente que essa não é a criança que está sendo agressiva ou pretende machucar alguém, seu sistema nervoso está falando.

*O Autista pode gritar, responder, chamar nomes, chorar incontrolavelmente (também o sistema nervoso)
Também pode se apresentar de uma maneira muito mais sutil, como "check-out" ou zoneamento.

*Você também pode observar uma rápida mudança na expressão facial e uma rápida mudança de humor e emoção possivelmente para irritabilidade, frustração, raiva ou choro e pânico.

Ações para amenizar Fight or Flight:

*Incentive a respiração profunda ... é incrível como o Autista provavelmente perceberá e começará a respirar fundo. Lembre-se de conversar com a criança ou pedir que ela não faça isso. Pesquisas indicam que respirar fundo é uma das ferramentas mais eficazes para trazer o cérebro / sistema nervoso de volta ao estado normal.

*Se o Autista permitir, segure-a firmemente, fornecendo um toque apertado com pressão na forma de um abraço uniforme. Não esfregue o braço ou as costas ou os cabelos, não balance, e simplesmente fique quieto com eles. (Respirando fundo)
Não fale com o Autista nem tente racionalizar ou negociar com ele.

*Se eles tiverem um retiro sensorial, incentive o Autista a ir para lá ou até mesmo a levá-lo até lá.

Se eles encontraram um retiro sensorial de mudança (atrás de uma TV ou debaixo da cama), deixe-os em paz até que estejam prontos para sair. (Pode demorar um pouco, seja paciente)

*Quando o Autista estiver se sentindo melhor, siga com uma atividade sensorial que envolve propriocepção / trabalho pesado e sucção / sopro / mastigação resistentes ... como uma montanha de bolhas ou um lanche ou stimming de borracha. Continue mantendo o ambiente calmo por algum tempo.

O Autista poderá apresentar diversas formas de Fight or Flight interligado a uma possível crise, saiba filtrar o melhor momento e sempre procure um profissional médico e terapêutico para o devido apoio.

Devemos lembrar que cada Autista tem seu próprio método de neurodesenvolvimento, respeitando essas características conseguiremos lidar melhor com a evolução gradual em conjunto com seu controle pela desordens apresentadas.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.