quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A crítica irrefutável no Autismo e suas consequências.

 


A crítica irrefutável no Autismo e suas consequências.


O Autista tem extrema facilidade em criar rotinas, dentro desse aspecto precisamos observar atentamente fatores que corroboram para um qualidade de vida no meio Autístico.


Iniciamos por fatores que sugerem uma possível avaliação do seu estado emocional, dentro desses quesitos é comum sim Autistas apresentarem transtornos de personalidade,  alterações de humor ou agressividade, devemos observar que o normal de se apresentar não significa o normal de aceitar. Diariamente presencio diálogos de Autistas que têm extremas frustrações,  dentro de um controle mínimo vejo possíveis troféus baseados na somatização de todos os seus transtornos. 


Nesse momento convido a uma reflexão,  até que ponto apresentar tais Comorbidades ou Condições Coexistentes com negativas não seja necessário o acompanhamento sério para o devido tratamento e apoio médico e terapêutico? Não devemos aceitar fatores que direcionam um posicionamento para tais inabilidades sociais, não são questões de percepção para uma obrigatoriedade de interação social, mas um respaldo justo para sua saúde mental.


Hoje com todas as avaliações sabemos que não é possível modular o processo neural dentro do seu neurodesenvolvimento, porém podemos trabalhar fatores que melhorem nossa aptidão e integração social, dentro desses fatores não queremos que o Autista deixe de ser Autista, mas que sua qualidade de vida seja satisfatória. Atividades de reforço,  trabalhos de feedback para retornos dentro de uma posição poderá melhorar significativamente a sua resposta e diálogo social, levando em consideração a necessidade de conscientização ao meio tipo, tais fatores podem colaborar para tão sonhada equidade que tanto buscamos.


A reflexão é simples;


Tais fatores dentro de uma desordem maior causa efeitos negativos que transcendem seu entendimento? 


Tais características mantém uma desordem maior para possíveis estágios de agressividade?


Tais fatores idealizam uma crítica imutável,  sem possibilidade de abertura para o diálogo?


São algumas das várias formas de se observar tais aspectos, mas isso não significa que será fácil, que a melhora será rápida ou total, dentro dessa perspectiva os tratamentos e terapias devem se manter para um acompanhamento contínuo, possíveis recaídas são uma das várias possibilidades que enfrentaremos neste árduo caminho. 


Quando observamos total inflexibilidade, dentro de padrões Autísticos, não devemos criar uma ambientação única,  restritiva, de pensamento irrefutável, essa perspectiva só alimenta a falsa ilusão de não evolução,  de não apoio, de não melhora para uma visão micro de sua instabilidade. Autistas são ótimos replicadores, adoram espelhos sociais, gostam de discutir dentro do seu hiperfoco, as possibilidades são gigantescas, dentro dessa reflexão convido não apenas familiares mas autistas jovens, adolescentes e adultos a se darem uma oportunidade de crescimento gradual, respeitando suas potencialidades e negativas dentro do espectro. 


Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Dificuldades motoras no Autismo.

 


Estudos recentes apontam que a maioria dos Autistas, cerca de 87% devem apresentar alguma dificuldade motora, que pode variar desde uma dificuldade em escrita até características que geram movimentos distintos ou repetitivos. Muitas vezes as pessoas esquecem que essas observações devem ser mantidas para uma possível apoio terapêutico ou médico profissional,  assim como ocorre em diversos outros transtornos como Down, TDA, TDAH e relacionados.


As últimas pesquisas reforçam a necessidade de se manter um bom acompanhamento médico e terapêutico a fim de evitar problemas futuros por questões de uma desordem maior, uma possível somatização e espelhos negativos como padrões musculares que afetam um possível maior desordem. Já fiz aqui uma publicação sobre o Sistema Muscular e relacionados a uma desordem maior que ligou meu estágio de dores a uma relação a Fibromialgia adquirida por anos no processo de camuflagem.


Sendo assim Jacson quais os principais tipos de atividades motoras que Autistas podem apresentar?


Podemos apresentar problemas de desordens motoras, com padrões de psicomotoras finas, manipular objetos com as mãos e escritas. Essa dificuldade pode ser presente em movimentos que precisamos selecionar um lado, como esquerdo ou direito, algumas pausas são vistas antes de selecionar tais ações. Eu por exemplo costumo repetir no pensamento o lado de escolha antes de seguir um padrão de direção, essas pequenas escolhas podem em uma sobrecarga maior gerar confusão e desordens sensoriais maiores. Outras características são vistas em posições que necessitam de equilíbrio pelo sistema de regulagem ou vestibular,  processos esses que geram uma repetição para tentativa de centralizar o corpo flequicionando a ponta dos pés. Vale ressaltar que essas desordens podem variar de níveis leves a graves.


Com qual idade essas dificuldades motoras se apresentam Jacson?


Os mesmos estudos apontam que bebês de 1 mês de vida que apresentam movimentos normais aos 3/4 meses de vida podem apresentar perdas de movimentos ou desordens relacionadas a sua estrutura motora. Com 4 meses de vida uma criança típica já consegue manter uma regulação centrada, onde sua cabeça terá um alinhamento regular, vale ressaltar que esse extremo de desordens podem ser associadas ao nível e tipo de autismo, onde mesmo que tenhamos o autismo presente, crianças podem desenvolver uma auto regulagem, iniciando desde cedo possíveis camuflagens onde os extremos podem se encontrar. Já com 14 meses de vida uma criança típica terá plena capacidade de andar, em contrapartida uma criança Autistas poderá não andar ou apresentar estereotipias relacionadas a tais movimentos como desordens no compasso do movimento ou necessidades aparentes para movimentos não assimétricos. 


Existe a possibilidade de fatores genéticos estarem ligados a características motoras no Autismo?


Sim, algumas mutações são mais presentes em Autistas, conforme estudos que relacionam a carga genética e epigenética no Autismo, um exemplo observado é que a cada um mês de atrasos motores relacionados à capacidade de andar no autismo terá uma representação de 17% na carga genética, conforme estudo de 2017 por Bishop, essas variações podem gerar maiores ramificações como a síndrome de Phelan-McDermid que geralmente apresenta baixo tônus ​​muscular além de crianças com síndrome dup15q que tendem apresentar a mesma característica.


Embora os problemas motores tendem a ser mais graves em pessoas autistas com deficiência intelectual , eles podem afetar qualquer autista nesse espectro. Por exemplo, pessoas com autismo que carregam mutações espontâneas têm maior probabilidade de apresentarem problemas motores , independentemente de terem deficiência intelectual, de acordo com um estudo de 2018 pela Fuentes CT et al. Neurology. Outros estudos descobriram que as crianças do espectro têm mais problemas motores do que os controles típicos quando esses são comparados pelo quociente de inteligência sendo assim não existem balizadores para classificar apenas autistas com D.I.


O que está ocorrendo no nosso cérebro Autístico Jacson?


As diferenças na conectividade entre as regiões do cérebro podem ajudar a explicar as dificuldades motoras nos autistas. Por exemplo, crianças com autismo diminuíram a sincronia na atividade entre suas regiões visuais e motoras; quanto menos sincronização houver, mais graves serão seus déficits sociais, com base em uma escala padrão. Seus problemas motores também podem resultar em uma conectividade menor entre o lobo parietal inferior, uma região envolvida na coordenação olho-mão; e o cerebelo , que auxilia na orientação e correção dos movimentos. Outras evidências implicam conexões fracas entre as regiões sensoriais e motoras e atividade atípica em uma rede importante para o planejamento motor.


Autistas também costumam descartar algumas informações visuais e confiar mais na propriocepção, ou em seu sentido interno da posição do corpo, do que as pessoas comuns quando aprendem a usar uma nova ferramenta. Quanto mais as pessoas com autismo dependerem da propriocepção, mais graves são seus déficits sociais, embora os pesquisadores ainda não tenham certeza do real motivo que cause esse efeito.


Como podemos medir essas características motoras no Autismo?


Alguns testes padronizados podem revelar se uma criança pode fazer certas atividades motoras. Porém tais testes não são totalmente fidedignos para avaliação de um Autista. Além disso, a maioria das atividades atuais foram projetadas para crianças típicas, o que gera uma extrema dificuldade avaliativa para crianças no espectro sendo mais complexo em criança com deficiência intelectual ou cognitiva.


Alguns pesquisadores têm desenvolvido novas maneiras de sondar problemas motores, usando a escrita com interações em canetas com suporte, realidade virtual , captura de movimento com sensores e câmeras infravermelhas , acelerômetros e giroscópios (para medir a intensidade e o ângulo nos movimentos dos membros), tapetes equipados com sensores de pressão (para detectar diferenças nos movimentos) e eletromiografia (uma técnica que mede a atividade elétrica dos músculos). Mas os pesquisadores afirmam ainda que estão longe de padronizar essas medidas. Vale ressaltar que a participação de um terapêutico ocupacional é de extrema importância para tais sondagens.


Como podemos tratar os problemas motores no Autismo?


Existem diversas maneiras, o mais assertivo é iniciar o diagnóstico do autismo o mais cedo possível,  com isso os profissionais que efetuam a sua abordagem primária terão espaço para um direcionamento Multidisciplinar para avaliações e terapias adequadas, outro ponto é não aceitar tais desordens como algo comum no autismo, pois todo esse peso que a criança e adolescente carregar por sua vida terá um impacto maior na somatização em sua fase adulta. Estudos apontam que apenas 32% dos autistas recebem o devido apoio para tratamentos direcionados aos problemas motores, muitas vezes levando em consideração a opinião de familiares que tais questões são mínimas e não geram um impacto negativo no futuro. Aqui devemos fazer a separação do que poderá ser aproveitado dentro do padrão de Stimming e o que devemos abordar como características negativas para estereotipias que geram inclusive alto agressões e mutilações. 


Com essa abordagem, sempre direcione o Autistas para atividades que gerem um relaxamento e trabalho muscular, tais como ioga, artes marciais, terapias adicionais que envolvam por exemplo a música, o meio ambiente, a natação entre diversas outras atividades. O mais importante é não deixar o Autista parado perante a tais desordens, evitando um descontrole e desordem maiores no futuro.


Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier


Referências:


Bhat AN et al. Phys. Ther. 100 , 633-644 (2020) PubMed


Bhat AN et al. Phys. Ther. 91 , 1116-1129 (2011) PubMed


Karmel BZ et al. Pediatrics 126 , 457-467 (2010) PubMed


Flanagan JE et al. Sou. J. Occup. Ther. 66 , 577-585 (2012) PubMed


Gernsbacher MA et al. J. Child Psychol. Psychiatry 49 , 43-50 (2008) PubMed


Bishop SL et al. Sou. J. Psychiatry 174 , 576-585 (2017) PubMed


Fuentes CT et al. Neurology 73 , 1532-1537 (2009) PubMed


Sstandley CJ et al. Nat. Neurosci. 20 , 1744-1751 (2017) PubMed


Thompson A. et al. Biol. Psychiatry 81 , 211-219 (2017) PubMed


LeBarton ES et al. Infant Behav. Dev. 44 , 59-67 (2016) PubMed



domingo, 23 de agosto de 2020

DESMASCARANDO OS MILAGRES NO AUTISMO – PELA OMC, OMS, OMPS e OPP.

 


DESMASCARANDO OS MILAGRES NO AUTISMO – PELA OMC, OMS, OMPS e OPP.


Diariamente presenciamos várias dificuldades de mamães, papais e autistas sobre suas comorbidades, sobre o seu estado, sobre a busca implacável de mamães e papais para a melhora gradativa de seus filhos.


Muitas pessoas não sabem o real significado do Autismo, recebem um Laudo, com o NOME AUTISMO, em algumas ocasiões um complemento simples sobre uma D.I ou outra condição coexistente, porém não tem nenhum nível de informação adequada de como prosseguir, como conseguir seguir em frente com seu filho, muito menos outros detalhes sobre sua forma de tratamento.


Diariamente essas mesmas mamães, papais e autistas que recebem seus laudos são metralhados por todos os lados, pela indústria da mentira, que está cada vez mais presente em meios de pseudoterapias, que oferecem efeitos placebos em sua grande maioria, indutores de algo maior, sim, prometem a cura com a Água Sanitária, melhora cognitiva com essências, dietas alimentares unificadas para um grupo de Autistas, sem levar em conta fatores primordiais de diferenciação do autismo.


Cada autista tem suas particularidades, nenhum deveria ser tratado como um todo, as pseudoterapias chegaram ao cúmulo de oferecer supostas curas, tratamentos unificados sem o aparelhamento ou complemento correto médico profissional.


Na contramão estamos presos em um sistema interligado que clama por conhecimento, falta adaptabilidade e coerência, em profissionais que mesmo com o pedido completo de familiares não conseguem redigir um laudo coeso e centrado sobre os pontos, positivos, negativos sobre sua potencialidade e logicamente as abordagens sugestivas para suas comorbidades.

A sociedade clama por profissionais ao mesmo tempo que se sustenta nesse entrelaçado de informações massificadas sobre tendências sem aparelhamento ou complemento verídico ao meio autístico, quem devemos culpar? Os profissionais? Os familiares? Os meios disponíveis? 


Os efeitos placebos apresentados pelo o estudo da universidade de Barcelona na Espanha, mostra claramente o apelo social para extinção é não validação de mais de 73 atividades desenvolvidas, não apenas no Brasil como em diversos países da América do Sul e África, entre elas podemos observar as essências, a reprogramação do DNA, a reposição desordenada de suplementos, a hemoterapia além das atividades ortomoleculares.


Em nota a OMC em parceria com a OMS deixa claro seu clamor para atenção adequada a pacientes que precisam de uma real atenção, onde vidas são diariamente ceifadas pela espera do milagre com embasamentos de efeitos placebos ou paliativos que não tratam a real causa das comorbidades e suas adaptabilidades as condições coexistentes.

Partindo do princípio cientifico, legal, várias pessoas ainda não acreditam nos tratamentos e profissionais, julgando-os pelas suas capacidades adquiridas, ao invés de trabalharmos em conjunto para melhora gradual dos entendimentos, o Brasil clama por conhecimento no meio autístico, onde deveríamos prezar pela logica, racionalidade e compartilhamento ético profissional.


Deixo aqui meu apelo para que Papais, Mamães, autistas e não autistas prezem sempre pela qualidade e excelência profissional de fundamentos lógicos, onde dentro dos quadros do autismo. A escolha é sua, a decisão de mudança parte de você, não coloque seu filho, autista em nível de comparação, fazendo isso você ficara sujeito a efeitos únicos para indivíduos diferentes. Sendo assim busque sempre um amparo médico profissional, além de psicólogos, neuropsicologos, psicopedagogos e terapeutas qualificados.


Autista- JACSON MARÇAL - @jacsonfier


Referencias: 


Edawrd Nortteng - The Ineffectiveness of Psychotherapy, 2018, P.25,28,45,102,146.

30.12.2019 ás 18:30 -  https://www.diariomedico.com/salud/sanidad-y-ciencia-definen-un-primer-listado-de-73-pseudoterapias.html


30.12.2019 ás 20:15 - https://www.cgcom.es/observatorio-omc-contra-las-pseudociencias-intrusismo-y-sectas-sanitarias

01.01.2020 ás 14:20 - https://www.mscbs.gob.es/gabinete/notasPrensa.do?id=4527

01.01.2020 ás 15:35 - https://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/terapias-sao-classificadas-como-ineficazes-na-espanha/


*Lista de pseudoterapias* que afetam não apenas os autistas mais diversas outras Condições Coexistentes e Comorbidades pelo mundo, proibidas pelo conselho internacional de medicina, Spectrum e OMSP, seguem práticas listadas como pseudoterapias já proibidas inclusive nos seguintes países, Argentina, Espanha, Inglaterra, Noruega e Rússia.


Análise Somato Emocional

Análise Transacional

Anjos da Atlântida

Harmônicos

Arolo tifar

Ataraxia

Aura Soma

Biocibernética

Breema

Cirurgia energética

Coaching transformacional

Constelações sistêmicas

Cristais de quartzo

Cromopunctura

Taças de quartzo

Taças tibetanas

Diafreoterapia

Terapia vibracional com diapasões

Acupressão

Essências marinhas

Espinologia

Fascioterapia

Feng shui

Terapia floral do amanhecer

*Frutoterapia

Gemoterapia

Geobiologia

Geocromoterapia

Geoterapia

Grafoterapia

Hemoterapia

Hidroterapia de cólon

Hipnose ericksoniana

Homeossíntese

Iridologia

Lama-fera

Massagem Babandi

Massagem californiana

Massagem da energia dos chacras

Massagem metamórfica

Massagem tibetana

Medicina antroposófica

Medicina dos Mapuches

Medicina ortomolecular

Metaloterapia

Método de orientação corporal Kidoc

Método de Grinberg

Numerologia

Oligoterapia

Urinoterapia

Oxigenação biocatalítica

Pedras quentes

Pirâmide vastu

Plasma marinho

Posturologia

Pranoterapia

Psico-homeopatia

Cura psíquica

Quinton

Radiestesia

Renascimento

Núcleo de sincronização

Sofronização

Sotai

Tantra

Técnica fosfénica

Técnica metamórfica

Técnica nimmo de massagem

Terapia bioenergética

Terapia biomagnética

Terapia de renovação da memória celular

Terapia floral da Califórnia e de orquídeas

Terapia regressiva

Aromaterapia Óleos Essências


Sempre consulte um médico profissional. 

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Aplicando o TOM "Teoria da mente" em PcD, identificando emoções para o devido apoio.

 


Aplicando o TOM "Teoria da mente" em PcD, identificando emoções para o devido apoio.


A teoria da mente vem sendo estudado a diversos anos, passando sempre por avaliações que colocam em prática, atividades em conjunto com a terapia, onde o profissional de psicologia poderá efetuar um filtro avaliativo e quantitativo para organização das emoções dentro de fatores sociais para uma criança,  adolescente ou adulto.


A teoria da mente se estende dentro de diversos pilares e pode ser ramificado dentro de atividades para reforços que auxiliem um autista,  esquizofrênico, pessoas com TDAH, sociopatia e diversos outros transtornos de personalidade, leves ou acentuados que em sua alternância dificultem o seu convívio social.


Quando falamos de teoria da mente aplicada ao Autismo muitas pessoas pensam que isso se refere ao fato de que uma pessoa perde seus traços autísticos, sendo totalmente o oposto. Com base nos estudos de Piaget,  o interesse é que a intervenção seja efetuada o mais cedo possível,  possibilitando tais modulações dentro do seu processo de neurodesenvolvimento,  um exemplo comum ocorre quando falamos sobre a empatia onde temos um conceito, que significa reconhecer e compreender os estados de espírito, incluindo crenças, desejos e particularmente emoções de outros sem injetar as suas próprias, muitas vezes caracterizada como a capacidade de "colocar-se no lugar do outro". estudos apontam que as crianças devem desenvolver a 'teoria da mente' por volta dos quatro anos de idade. Porém isso poderá ser modular com o devido apoio terapêutico profissional. 


Quando observamos as ligações da teoria da mente, em especial nos Autistas, por não entenderem o que as outras pessoas pensam de forma diferente de si mesmas, as pessoas no espectro do autismo podem ter dificuldades nas interações sociais com outras pessoas. Podemos não entender e ficamos chateados se alguém não souber responder a uma pergunta. Temos dificuldades em identificar situações em que os outros pessoas queiram expressar determinada emoção ou ação, e uma grande dificuldade em compreender  emoções, muitas vezes ficamos com essa visão única o que gera alternância em uma reação.  Porém estudos aplicados com características de reforço mostram a capacidade de copiar ações que melhorem o convívio gradual no meio Autístico. Também devemos observar que existem autistas que podem apresentar uma característica mínima dentro dessas dificuldades, o que pode gerar um maior controle em ações que precisem de uma reação ou antecipação.


A teoria da mente explica também a capacidade que Autistas que não recebem o devido apoio, terapêutico e médico profissional, onde observamos um podem conhecimento em características que os incorporem as pessoas uma possível aplicação da mentira, eliminando o mito de que autistas não mentem ou não podem ser malvados. Observamos novamente a necessidade de troca,  se colocando no lugar do Autistas para estender sua interação e intenção para com meio social. Dentro dessas avaliações podemos observar que Autistas são propensos a apresentarem variações dentro dos transtornos de humor e personalidade onde observamos desde um TOD "Transtorno Opositor Desafiador" até um TPN "Transtorno de personalidade narcisista" todos os extremos precisam de apoio, além da possibilidade de aplicação dos reforços, onde um autistas poderá entender de maneira clara o significado e impacto de suas ações. 


Dentro da teoria da mente temos um importante ponto de abordagem, com o compartilhamento de histórias sociais, esse processo tem ótimos resultados positivos em indivíduos com autismo ao 'ler' e compreender as situações sociais. Histórias sociais são usadas para explicar comportamentos sociais apropriados. Foi desenvolvido por Carol Gray e busca incluir respostas a perguntas que pessoas autistas podem precisar saber para interagir apropriadamente com outras pessoas (por exemplo, respostas para quem, o quê, quando, onde e por que em situações sociais). O uso de histórias sociais podem motivar as crianças a questionar por que outras pessoas veem o mundo de maneiras diferentes. Esse ponto de reflexão leva os autistas a respeitar as individualidades do seu próprio meio além de melhorar a interação social neurotípica.


Vale lembrar que estudos recentes apontam que a teoria da mente poderá gerar uma gigante alternância em avaliações onde não são efetuados testes complementares para uma avaliação profunda da perspectiva de interação visual e motora em Autistas. Diferente do ocorrido em outros transtornos avaliativos. 


Se o profissional que aplica a teoria da mente não aproveitar as pistas e testes avaliativos em conjunto com uma devida Anamnese autistas podem gerar resultados falsos positivos para variação de humor ou entendimento aplicados, sendo assim, muitas pesquisas sugerem que diferentes aspectos da linguagem são importantes para o desenvolvimento da teoria da mente. Isso inclui a comunicação em contextos sociais, como entre mãe e filho ou em interações entre outras pessoas, conhecimento de palavras e conceitos referentes a estados mentais, lógicos e gramaticais, especialmente estruturas  avaliativas usadas para expressar reações emotivas.


Com essa breve abordagem convido vocês a iniciarem uma reflexão sobre a importância e o impacto da psicoterapia dentro de um acompanhamento profissional, abordando características únicas das pessoas, melhorando gradualmente seu convívio social abordando em conjunto com o devido respaldo uma interação pelo TOM "Teoria da Mente" no meio Autístico.


Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas Redes sociais. 


Referências:


Baron-Cohen S. et al. Cognition 21 , 37-46 (1985) PubMed


Tager-Flusberg H. Child Dev. 63 , 161-172 (1992) PubMed


Moran J. et al. Proc. Natl. Acad. Sci. USA 108 , 2688-2692 (2011) PubMed


Senju A. et al. Science 325 , 883-885 (2009) PubMed


Saxe R. e N. Kanwisher Neuroimage 19 , 1835-1842 (2003) PubMed


Kana RK et al. Soc. Neurosci. 4 , 135-152 (2009) PubMed

Astington J. e J. Baird (Eds.) Por que a linguagem é importante para a teoria da mente. Oxford: Oxford University Press (2005)





sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Entenda o enquadramento de Deficiência para transtornos de personalidade, psicossocial e neurológico.



 Entenda o enquadramento de Deficiência para transtornos de personalidade, psicossocial e neurológico.


Conforme a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (ONU), em 2006, ampliou a caracterização de deficiência ao considerá-la, a partir dos impedimentos de longo prazo que em interação com uma ou mais barreiras podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Essa nova perspectiva sobre a caracterização de deficiência, deu voz a pessoas que, apesar de enfrentarem inúmeras limitações e dificuldades em seu dia a dia, nunca tinham sido contempladas por políticas de proteção e defesa de direitos.


Outra inovação da Convenção foi incluir o conceito de deficiência psicossocial: Destacamos as pessoas com transtornos mentais crônicos como as pessoas com transtorno bipolar, esquizofrenia, ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, depressão grave e epilepsia.


Podemos observar que dentro desses fatores o Autismo entra em conjunto com uma abordagem ampla do Transtorno Do Espectro Autista,  um transtorno global do neurodesenvolvimento em ligação aos transtornos neurológicos para uma característica psicossocial. 


O ideal, seria que uma sociedade justa e igualitária não precisasse de leis para inclusão, mas para além do campo subjetivo e da utopia, a realidade é de um contexto desigual para muitas pessoas que não podem mais esperar para “fazer parte da sociedade”. Quanto mais avançarmos na disseminação da cultura da diversidade e inclusão em todas as áreas e segmentos da sociedade, mais perto ficaremos de uma sociedade com acessibilidade para todos, conforme a proposta da ONU lançada em 2015 ao criar o do símbolo “A Acessibilidade”.


Mas afinal, o que é deficiência psicossocial?


A Lei Brasileira de Inclusão (LBI 13.146/15) estabelece a caracterização de deficiência a partir da constatação de impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.


Antes da promulgação da LBI, a Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (ONU, 2007) já reconhecia a deficiência como o resultado entre a interação da pessoa com o ambiente e as barreiras que este oferece. Essa mudança de conceituação mostrou conformidade também com o modelo multidimensional de classificação de funcionalidade, ao tirar o foco do indivíduo e sua patologia, e passar a considerar que as condições sociais e econômicas impactam diretamente na condição de saúde de uma pessoa.


Em países de todos os níveis de rendimento, a saúde e a doença seguem uma gradação social: quanto mais baixa a posição socioeconômica, pior o estado de saúde (OMS, 2010, s/p – sumário executivo).


Entende-se por longo prazo, a duração acima de dois anos da repercussão de uma condição de saúde que provoca alterações significativas na estrutura do corpo e funcionalidade, com redução ou falta de capacidade de realizar uma atividade em padrão normal. Portanto, os impedimentos de longo prazo decorrem do impacto no desempenho de atividades e da participação da pessoa com deficiência em diferentes situações cotidianas.


A esquizofrenia, por exemplo, só pode ser diagnosticada por um médico psiquiatra, que avaliará a presença de sintomas há pelo menos seis meses consecutivos, que consequentemente, apresentam redução do nível de funcionamento em uma ou mais áreas importantes da vida, como trabalho, escola, relações interpessoais, autocuidado; acompanhadas de um ou mais sintomas chamados de “positivos” como: delírios, alucinações, sensação de perseguição, comportamento bizarro, entre outros.


Uma vez estabelecido o diagnóstico, é necessário acompanhamento multiprofissional (terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social, enfermeiro, acompanhante terapeuta, psiquiatra) e a tomada de antipsicóticos regularmente, para diminuir os sintomas e promover a autonomia e reabilitação da pessoa. Apesar da possibilidade de estabilidade do quadro e até remissão desses sintomas em alguns casos, a esquizofrenia é considerada deficiência porque não há cura, mas sim tratamento por tempo indeterminado, que deixam sequelas nas funções mentais limitando algumas capacidades funcionais da pessoa.


O conceito de deficiência mental é dado a partir da manifestação anterior aos dezoito anos de idade, de um funcionamento intelectual significativamente inferior à média associada a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas tais como comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilização de recursos da comunidade, saúde e segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho. (Decreto 5.296/04).


O conceito de deficiência psicossocial é dado a partir da constatação de significativa sequela decorrente um diagnóstico psiquiátrico. Romeu Sassaki, foi um dos primeiros no Brasil a escrever sobre o tema, considerando tal tipo de deficiência como uma deficiência “por saúde mental” ou psiquiátrica (2010).


Assim, nem toda pessoa com transtorno mental pode ser considerada com eficiência psicossocial, mas toda pessoa que, em decorrência de um transtorno mental, apresentar impacto significativo e prolongado, de diminuição, déficit ou limitações em sua funcionalidade humana, pode ser considerada com deficiência psicossocial.


Isso só é comum, em caso de transtornos mentais graves e crônicos. Razão pela qual, casos leves e transitórios de transtornos mentais, onde não há necessidade de contínuo tratamento psiquiátrico e multiprofissional, não são considerados deficiência psicossocial.


Em transtornos mentais crônicos como esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo, dependência química por uso de substâncias psicoativas, ansiedade generalizada e depressão grave, o impacto na funcionalidade atinge principalmente as funções mentais e psicomotoras. Entre as limitações decorrentes destes transtornos, são comuns as dificuldades associadas à capacidade de concentração, atenção, comunicação, contato interpessoal, memória, aprendizagem e autocuidado.


Seja por desconhecimento, medo ou preconceito não declarado explicitamente, ainda poucas pessoas ou empresas se sentem à vontade em deliberadamente contratar pessoas com deficiência psicossocial – independentemente de ser ou não pela Lei de Cotas.


Em 2012, o Ministério do Trabalho instituiu através da Instrução Normativa número 98, que a avaliação biopsicossocial poder ser feita por qualquer profissional com ensino superior e qualificação na área da saúde, e que, portanto, fica responsável pela emissão do laudo caracterizador de deficiência que enquadrará a pessoa à Lei de Cotas.


Portanto, para enquadrar o transtorno mental (de qualquer tipo) na Lei de Cotas, seja como deficiência mental ou psicossocial, é importante existir as seguintes informações nos laudos apresentados pela pessoa com deficiência à empresa:


CID-10 (Feito por Médico Psiquiatra, Neurologista ou Neuropediatra) em breve CID-11


Avaliação biopsicossocial (feito por um ou mais profissionais com ensino superior, exceto médico), contendo:Fatores socioambientais e psicológicos, impedimentos ou limitações das funções e estruturas do corpo, limitações ao desempenho de atividades ou restrição de participação;


Com exceção do diagnóstico (CID-10), todas as demais informações podem ser descritas por outro profissional e ainda, serem classificadas universalmente pela CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade).


Reference:


ONU - https://nacoesunidas.org/acao/pessoas-com-deficiencia/


Scielo - https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2008000200014


Jama Inspp .com


Spectrum Liger.


Cathoinp


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Um assunto que devemos sempre observar são as ligações da Amígdala e seu papel fundamental no processo do Neurodesenvolvimento.



 Um assunto que devemos sempre observar são as ligações da Amígdala e seu papel fundamental no processo do Neurodesenvolvimento. 


Como observamos quase todos os genes com ligações moderadas a fortes ao autismo são expressos na amígdala em desenvolvimento, de acordo com um novo estudo efetuado em pessoas autistas, alguns desses genes mostram imensas alterações na amígdala, uma região do cérebro importante para a função social e emocional.


Estudos anteriores mostraram que os genes ligados ao autismo são tipicamente mais ativos durante o desenvolvimento fetal no córtex cerebral, a camada externa do cérebro. Eles também mostraram que pessoas com autismo têm alterações na estrutura e função da amígdala e que a região está implicada nos principais traços de autismo, incluindo dificuldades no processamento de expressões faciais, alterações de humor e transtornos de personalidade.


O novo trabalho, no entanto, é o primeiro a se concentrar exclusivamente em como os genes ligados ao autismo são apresentados na amígdala humana por um longo período.


"A amígdala não foi aprofundada de forma alguma com o nível que alcançamos", diz Joshua Corbin, que liderou o estudo e é o principal investigador do Centro de Pesquisa em Neurociências do Children's National Hospital, em Washington, DC. 


A maioria dos genes ligados ao autismo que a equipe considerou é extremamente ativa nos neurônios excitatórios da amígdala, mostra o estudo. Esses neurônios aumentam a comunicação entre as células do cérebro e se conectam a outras regiões do cérebro envolvidas no autismo, incluindo o córtex pré-frontal. As descobertas nos ajudam a entender melhor como os genes ligados ao autismo contribuem para alterações na amígdala e nas características do autismo. O trabalho foi publicado em maio no Molecular Autism.


"Compreender onde esses genes são expressos no cérebro, em que estágio e que tipo de célula, acho que são questões importantes", diz Deyou Zheng , professor de bioinformática da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York, que não estava envolvido no estudo.



A equipe primeiro compilou uma lista de 323 genes com ligações moderadas a fortes ao autismo, baseando-se em um banco de dados com curadoria e em um estudo de sequenciamento em janeiro de 2020.


Procurando por esses genes no BrainSpan, um repositório on-line de dados de expressão gênica de tecido cerebral humano, os pesquisadores descobriram que 271 são ativos na amígdala nos estágios de desenvolvimento fetal e pós-natal inicial. Uma análise preliminar mostrou que 10 também são expressas em outras regiões do cérebro, incluindo o córtex, hipocampo e cerebelo.


Essa descoberta "está alinhada com o pensamento de que a maioria dos genes do autismo não afeta apenas um tipo de célula ou uma região do cérebro", diz Zheng.


A equipe de Corbin também pesquisou os 271 genes no Allen Developing Mouse Brain Atlas , que contém dados de alta resolução sobre a expressão genética em camundongos. Eles descobriram que 80 deles, incluindo PTEN , ADNP e FOXP1 , são expressos em tecido embrionário que dá origem a partes da amígdala, especialmente o núcleo basolateral, conhecido por regular a reatividade emocional.


Finalmente, os pesquisadores analisaram novamente os dados de um estudo de 2019 de outro grupo para avaliar os níveis de expressão dos genes no tecido da amígdala de cinco autistas e cinco pessoas típicas com idades entre 4 e 20 anos 3 . Células do cérebro de pessoas autistas tinham níveis alterados de 7 dos 271 genes, a maioria dos quais funciona em neurônios excitatórios.


Essa descoberta apóia a teoria de que os traços de autismo surgem de um desequilíbrio de sinalização entre os neurônios, mas está em desacordo com um estudo anterior que mostrou que os genes do autismo tendem a ser super-representados em neurônios inibitórios no cérebro.


Com essa observação podemos notar que Autistas têm fortes prevalência no seu contexto de comunicação neural, fator esse que gera efeito da sinapse o sinal produzido na membrana pós-sináptica gerando despolarização, iniciando o potencial de ação, pela sinapse excitatória, fator esse que reforça o sistema de luta ou fuga presente no Autismo além de incorporar outras observações que geram uma diferença estrutural no desenvolvimento neural.


Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier no Instagram.


Referência;


Herrero M.J. et al. Mol. Autism 11, 39 (2020) PubMed

Chang J. et al. Nat. Neurosci. 18, 191-198 (2015) PubMed

Sorrells S.F. et al. Nat. Commun. 10, 2748 (2019) PubMed

Wang P. et al. Transl. Psychiatry 8, 13 (2018) PubMed