domingo, 27 de outubro de 2019

Aperger VS. TEA - O futuro quadro de avaliações do Autismo.

Olá pessoal,
Eu gostaria de comentar um pouco sobre a síndrome de Asperger é a sugestão para alteração na nomenclatura que vem ocorrendo naturalmente, dentro de alguns indícios deixarei três grandes observações e alguns pontos para análise dentro da justificativa para a alteração da nomenclatura Asperger e suas ramificações.
Primeira observação:
O Dr. Hans Asperger, intelecto austríaco que contribuiu para o estudo trabalhando com crianças das mais diversas categorias, teve sua história aberta em 2018, pelo livro Asperger’s Children: The Origins of Autism in Nazi Vienna (Crianças de Asperger: As Origens do Autismo na Viena Nazista”, em tradução livre.) ou seja, relatos e registros mostram que dentro do seu estudo Dr. Hans Asperger foi responsável pela seleção de uma quantidade significativa de crianças para o envio a estudos forçados em uma instituição denominada ‘Am Spiegelgrund’ em Viena, onde após as experiências efetuadas os médicos assassinaram essas crianças, as crianças eram levadas para quartos separados onde utilizavam fármacos para induzir a pneumonia que ocasionava a morte.
Dentro deste contexto revelado em 2018 pela Spectrum ORG. muitos profissionais da área de psiquiátrica e psicológica optaram por não mais utilizarem o termo Asperger pela ligação direta de seu pesquisador em paralelo a outras normas que viriam a ser aderidas para o termo Asperger.
Segunda observação:
O CID como conhecemos está em constante evolução e adequação para simplificar o estudo e singularidades de suas patologias, o DSM 5 (na sigla em inglês para: Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) passou por novas reformulações, que reuni todos os transtornos do espectro autista em um só diagnostico TEA dentro dessa classificação tínhamos o CID 10 que passou por uma nova reestruturação e releitura, apresentado em maio de 2019, na assembleia mundial de saúde. A nova classificação da CID aprovada pelo conselho se deu pelas classificações da nova CID 11 é suas sequencias, 6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) além de suas outras variações incluindo as ramificações da 6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.
Com essa nova abordagem vários profissionais de psiquiatria e psicologia já estão amenizando a utilização do CID para classificação do Asperger, temporariamente com o Autismo Atípico, que deverá ser substituído pela CID 11 - 6A02 ou 6A02.Z após o primeiro dia de janeiro de 2022. Dentro dessa redução poderá ser mais amplo a abordagem é o entendimento de suas particularidades.
Terceira observação:
Conforme observamos o TEA tem suas particularidades dentro de cada indivíduo, que podem ser observadas em fatores e níveis diferentes, como já foi observado em pesquisa pela universidade de YALE existem dentro de cada espectro mais de 200 variações é suas ramificações, com isso seria muito complexo enquadrar um quadro específico para cada patologia, sendo assim a necessidade e particularidade de cada Autista tende a ter seus pontos avaliados individualmente, caso a caso.
No Brasil os estudos relacionados ao autismo engatinham a passos lentos, dentro desse quadro vários profissionais tendem a ter certas dificuldades para abordagem primaria desses indivíduos, dificultado o tratamento e suas avaliações dentro de suas particularidades, com a migração do termo TEA individualizado com suas excepcionalidades a nova classificação unificada dará maior abertura para o estudo individual de cada caso, descartando a classificação única do Asperger que ocorre hoje em dia.
Podemos observar que o TEA dentro de suas particularidades pode ter suas excepcionalidades agrupadas para fatores que denotam uma boa capacidade intelectual em alguns aspectos e ao mesmo tempo falhas abertas para controle ou correções que são taxativas pelo seu quadro dentro de seu espectro. Observando cada caso podemos concluir que o TEA dente a ter fatores que corroboram para sua capacidade significativa de entendimento e falhas, os profissionais adequados para o ensino como psicopedagogos, podem maximizar suas potencialidades e minimizar suas singularidades que lhe afetam no seu dia a dia.
Acredito ser errôneo e taxativo buscar quadros de demência, esquizofrenia, transtorno de personalidade etc., Dentro desses fatores que interligam o TEA, apenas para enquadrar o indivíduo, por si só as observações já podem ser quantitativas para sua classificação. Ocorre que quando ficamos presos aos tipos de variantes do autismo, sem observar os pontos negativos e positivos para trabalharmos sua melhora de nada é valido tal pesquisa e estudo do caso.
Com essas observações e abordagens, gostaria de convidar todos os profissionais, pais, autistas e amigos a refletirem o quão importante é a taxação e seu enquadramento do TEA, dentro dessa análise acredito que já temos uma vasta classificação para os rótulos que são extraídos desse quadro, reforçando o interesse em tratar o indivíduo dentro de suas particularidades, acredito que o profissional de psicopedagogia desenvolvem o melhor papel no momento para com esses pacientes que são diagnosticados pelo TEA, enquanto alguns profissionais (EU DISSE ALGUNS) de psicologia e psiquiatria ficam travados em suas excepcionalidades.
Referencias:
Crianças de Asperger: as origens do autismo na Viena nazista, Sheffer, Edith ( 2019 p.42, 46,58.)
Acessado 25/10/2019 ás 12:20. (https://icd.who.int/en)
Acessado 25/10/2019 ás 15:30. (https://www.spectrumnews.org/?s=aspie+nazism)

sexta-feira, 18 de outubro de 2019



A crítica humana, sobre o que seria a crítica em poucas palavras? Crítica é uma expressão que significa "a arte de julgar" para muitos tem ligação ampla é filosófica, a crítica tem o significado de análise. Assim, a "filosofia crítica", em específico, designa o pensamento de Kant e seus sucessores. Ela também pode ser atribuída como um processo de retenção de fenômenos advindos do passado, sua decomposição e reconfiguração.
Quando criamos um pensamento reflexivo para a crítica, desenvolvemos ambientes para várias interpretações, com contexto amplo de análise do objeto a ser criticado, vivemos em um mundo com a fascinação de crítica não definida, pessoas com baixa capacidade de interpretação sem fundos primários tem extrema dificuldade em lidar com a crítica dentro dos padrões evolutivos.
Podemos difundir alguns padrões da crítica, é estético, se contempla uma obra de arte; lógico, se contempla um raciocínio; intelectual, se contempla um conceito, uma teoria ou um experimento; moral, se contempla uma conduta. Esse julgamento de mérito é fruto de uma atividade da razão, esse poder de distinguir o verdadeiro do falso, que age como uma espécie de tribunal.
Gostaria de convidar todos os pensadores a entrarem em uma análise profunda, sobre uma opinião própria dentro da definição da crítica que me institui diariamente, em específico a um caso ocorrido recentemente.
Um dia comum, dentro de um padrão básico da vida diária com ou sem meus problemas que me seguem ao mesmo tempo que me envolvem, decido entrar em uma Rede social, imaginando o caos diário que a rodeia, podemos afirmar que, rede social é uma plataforma cujo objetivo é conectar pessoas e compartilhar informações entre elas, tanto de caráter pessoal quanto profissional ou comercial. Elas se materializam na forma de sites e aplicativos, reunindo usuários que compactuam dos mesmos valores e interesses.
A escolha de uma Rede social, dentro do convívio temos pessoas, escolhas e informações que são disponibilizadas para uma interação, uma interação superficial, bem menos eficiente que a interação física e humana, devemos observar que conforme a evolução social se estabelece os vínculos mesmo que factíveis, se tornam cada vez menos táteis.
As pessoas estão diariamente conectadas nesse mundo, somos obrigados, mesmo que com uma interação reduzida, dentro do direito obvio, criticar, dentro desses fundamentos básicos as pessoas se tornam cada vez menos receptivas as opiniões, fechadas em seu mundo digital sem o contato real, tendo dificuldade de compreensão e discernimento em uma simples conversa.
Retornando a minha entrada nessa rede social, observo, separadamente uma imagem, uma foto, com desfoque baixo, com uma qualidade inferior, dentro de um padrão não aceitável pela afirmação que dentro dos padrões idealizados da foto, aquela foto seria uma afirmação do indivíduo que a mesma seria de boa qualidade, sobre o termo, mesmo que errôneo “Essas coisas nem parece que foi com um (Modelo de Celular)”, dentro desse modo não levei em consideração a crítica invasiva, crítica da escrita, crítica de exposição apenas dados técnicos para uma contestação obvia da interpretação.

Quando paramos, analisamos e identificamos dados para se situar em uma crítica, precisamos definir a real intenção, esperando logicamente um retorno equivalente ao que se planeja para tal escolha, partindo do princípio, minha resposta, dentro dessa Rede Social que participo foi extremamente técnica e informativa, uma afirmação com informação “Parece sim, saturação está péssima, qualidade do brilho, a pixelização[1]da foto além da profundidade”.
A espera foi curta, já sabemos que a grande maioria dos brasileiros tem essa dificuldade, o que mais me intriga são as respostas fora do ponto padrão logico para tal crítica, a explanação se faz com tom irônico “Comentário em apoio que eu certamente me lembrarei” podemos observar aqui a fuga do padrão humano dentro da dificuldade de vinculo a crítica, que transforma o mundo sutil em um mundo chato, sem graça, com pouco interesse discursivo mesmo que em uma rede criada para esse aspecto.
As pessoas são significativamente chatas, simplórias e sem interesses relativos para sua percepção tátil dentro do seu convívio social virtual, como tentativa de compreensão, buscando um possível dialogo explicativo finalizo com a resposta “Não foi apoio, só uma opinião técnica, crítica” vemos uma grande dificuldade partindo dos princípios básicos, explanados inicialmente.
O mundo está ficando chato, sem possibilidade de diálogo, visto que as pessoas mistura dentro de um âmbito social a preocupação visível e excedente em não discutir diretamente assuntos relacionados aos assuntos citados, as vezes percebemos que os robôs de inteligência artificial conseguem passar facilmente a percepção humana, algo que não deveria ocorrer visto que as simulações de sentimentos se torna algo ainda não possível dentro dos estudos mais recentes da robótica, os seres humanos deixam se levar pela resposta pronto, sem capacidade analítica e crítica de resposta.
Como de interesse da interação humana, busco um diálogo adicional com a irmã dessa pessoa, acreditando que dessa maneira poderia ser estabelecido uma visão ampla do assunto, logo de início recebo da pessoa uma mensagem que me deixa ainda mais assustado com a relação humana em resposta crítica “Não tinha necessidade do comentário” então começo a compreender que uma grande parcela da humanidade vem perdendo conhecimento, transbordando sentimentos e se restringindo ao medo próprio de diálogo, uma retração perceptível do indivíduo.
Uma analogia básica, quando comparamos uma crítica técnica esperamos a resposta dentro da crítica técnica mesmo que negativa a minha visão seria recebida de bom grado, para um diálogo de crescimento para ambos os lados, sem uma faixa pessoal, notamos aqui que não só a pessoa impactada por uma simples crítica, observamos que o humano tem dificuldades em se relacionar e dividir padrões para uma resposta, sem carga ofensiva levando toda crítica para o lado pessoal.


O Feedback[2]mesmo que negativo gera crescimento, os fundamentos básicos de uma crítica têm o mesmo comparativo para o feedback, sendo assim mesmo que negativa de um lado pode ser apreciada de forma construtiva, que difunde o assunto direcionado a imagem da pessoa sobre o assunto relativo.
As pessoas perdem a definição de uma diferença entre as críticas destrutivas e construtivas, as pessoas precisam saber de onde estão vindo as críticas e entender as intenções da pessoa, se essa pessoa tem um certo conhecimento se deve parar, respirar, é provavelmente a pessoa só quer que você melhore.
Se alguém fizer uma crítica válida, pare de dar desculpas dizendo que a pessoa está completamente errada, principalmente se souber que há um fundo de verdade no que ela está dizendo. Se ficar na defensiva ou der desculpas, a pessoa não conseguirá terminar de dizer exatamente o que queria e você não receberá a informação para que consiga melhorar. É natural ficarmos na defensiva e termos a sensação de que não fazemos nada errado, mas é importante escutarmos as pessoas antes de cortá-las para provar que somos perfeitos.
Acreditava anteriormente que um dos grandes problemas da crítica é que, frequentemente, quem está na posição de fazê-la não sabe fazer direito, porém percebemos que os dados se mostram diferentes na atual situação mundial. Um dos dados mais reveladores é o de que incríveis 66% da população admitiram que remoem o “feedback negativo” sem necessariamente mudar de comportamento ou conversar com quem deu o puxão de orelha. Mais: 14% acham que quem critica o faz por inveja ou raiva; 29% acham que os comentários são feitos com o intuito de lesar e não ajudar.
Se torna visível que as pessoas estão revertendo o papel de quem mostra que se importa. Quando não se comportamos como uma máquina sem sentimentos. Nessas horas é fundamental se colocar na situação da pessoa reclamante e tentar entender exatamente o que houve para que ela chegasse ao ponto de fazer uma crítica pública, essa parte é difícil também, sendo comum ouvir que não deveria ter feito tal crítica, sem se lembrar que se você tem essa pessoa, ela faz parte da sua rede ou sua publicação é pública dando tal liberdade ao mesmo.
Para finalizar vou deixar algumas dicas sobre as críticas que circulam, principalmente por pessoas autistas com altas habilidades;
DEMONSTRE INTERESSE
 O primeiro passo é entender que a crítica é uma oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional. Obviamente você vai ouvir ou ler coisas que não te agradam, mas, muitas vezes, não percebe onde está o erro se ninguém o apontar. Procure ser receptivo, mesmo para coisas


que, naquele momento, não sejam agradáveis. Pense, reflita e, posteriormente, tire suas conclusões a respeito.
 PERGUNTE, NÃO INTERPRETE
 Cuidado com as conclusões precipitadas. Na dúvida: pergunte, não suponha. Muitos problemas de comunicação acontecem porque as pessoas tendem a tirar conclusões de impressões, e não de fatos.
 SOLICITE EXEMPLOS
Através de exemplos concretos você pode corrigir determinadas falhas ou aprimorar o que necessita. Portanto, peça exemplos. Caso a pessoa fale de modo genérico, reforce a necessidade de exemplos para que possa compreender a situação e fazer os ajustes necessários. Quanto mais detalhes, melhor.
 NÃO SE JUSTIFIQUE
A crítica gera naturalmente os chamados mecanismos de proteção ou defesa. Um deles é a justificativa. Quando algo a incomoda, a pessoa reage buscando justificativas e, assim, não ouve ou recebe a crítica da forma correta. Por isso, evite procurar desculpas, culpados ou motivos para justificar a crítica.
ASSUMA COMPROMISSOS
Ao assumir compromissos você absorve a crítica como um processo positivo e de desenvolvimento. Estabeleça pontos de melhoria, conforme o feedback apontou, traçando metas, prazos, compromissos e foco em resultados práticos e concretos. Avalie-os periodicamente e solicite novos feedbacks para ver se está no caminho certo.



[1]Pixelização é qualquer técnica usada na edição de imagens ou vídeo, em que uma imagem é desfocada, exibindo parte ou todo ele em uma resolução significativamente menor.
[2] Informação que o emissor obtém da reação do receptor à sua mensagem, e que serve para avaliar os resultados da transmissão.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019


Presenciando uma agressão contra a Mulher.



Hoje, dia 10 de outubro de 2019, dia internacional da saúde mental, passei por uma grande provação, ajudei uma pessoa que estava em um estado crítico, totalmente desconstruída pelo sistema cheio de falhas em processos de apoio psiquiátricos e psicológicos, uma pessoa que foi agredida física, mentalmente e moralmente por um homem, esse homem encapuzado, disfarçado de cordeiro, que consegue induzir pessoas, pessoas com o coração bom, iscas fáceis para o seu processo de enganação, o típico sociopata que se movimenta entre a sociedade para atacar presas induzidas, fragilizadas e instigadas.
Abracei a causa para ajudar essa pessoa, não tinha nenhum vínculo, além de algumas horas de apoio e dicas, não sabia de todo ocorrido e de todo sofrimento que tinha passado, ao chegar no local para lhe prestar apoio, notei no seu semblante uma força, uma mulher que carregava um peso gigante sobre si, alguém que tinha passado por vários desafios, não eram desafios simples de vivencia diária, eram desafios de sobrevivência, uma luta contra o mal.
Logo após entender todo ocorrido, não hesitei em levá-la a um psiquiatra conhecido, fizemos todo processo de apoio inicial, o psiquiatra, mesmo que novo, percebeu os traços de uma pessoa que tinha passado por várias dificuldades, transtornos e batalhas, lhe ajudou da melhor forma possível.
Não me sentido satisfeito convidei essa colega para tomar um Milk-shake e comer algo, notava que ela tinha dificuldades para engolir, estava com a face toda machucada, eu, mesmo sem conseguir demonstrar fragilidade para ela, internamente estava em prantos sentido tudo aquilo, sem conseguir entender como um homem seria capaz em machucar uma mulher, um ser totalmente delicado, sem estrutura compatível para uma disputa corporal.
Comecei a analisar todo processo, desde o B.O contra o agressor, processo de apoio pela parte da Delegada, a falta de amparo social e psicológico, era visível que o caos não era apenas esse homem encapuzado, esse homem que vive entre as pessoas, tinha mais amparo que a própria vítima por si só, típico de um criminoso que deveria ser internado para uma avaliação psiquiátrica, separado da sociedade, independente da vítima solicitar ou não que o agressor fosse preso.
Com o tempo senti a necessidade de ir além, entrando em contato com uma Psicóloga, amiga, consegui uma consulta de encaixe para lhe apoiar, notei que logo após a seção ela teve uma melhora, uma evolução gigante, aquela mulher forte do inicio do encontro estava se fortalecendo, consegui notar que caso o sistema funcionasse de verdade pessoas que tivessem sofrido algum tipo de agressão teriam um sofrimento minimizado, logicamente o sofrimento não seria eliminado, porém teria um amparo real que a mulher precisa.
Lhe ajudei na compra de seus medicamentos, lhe sugeri algumas atividades, me coloquei a disposição para apoiá-la e lhe acompanhei até a sua casa, passando toda informação para sua família, gerando um grupo de contato para apoio.

*** Por motivos de sigilo ético é profissional não posso informar os nomes, muito menos sugerir algo sobre a pessoa, convido a todos a refletirem minha experiência de hoje. ***
Caso presencie alguma agressão contra mulher, denuncie: 180.

sábado, 5 de outubro de 2019

Joker uma reflexão sobre a saúde mental.



Vamos fala de Joker, essa obra de arte consegue nos transmitir de forma única a visão de uma ficção, da origem de um vilão, Coringa, personagem transportado para uma realidade bem próxima da nossa real situação psiquiátrica e psicológica, o caminho que segue as doenças mentais dentro de um contexto problemático social, a dificuldade que a sociedade tem para interpretar a real situação mental que se caminha a humanidade, os preceitos básicos da importância e respeito ao próximo, cada vez menos presente no nosso dia a dia.

O ator Joaquin Phoenix, consegue mostrar de maneira única como o tratamento inadequado para casos psiquiátricos podem acarretar uma desordem maior em comparação ao desleixo da saúde pública e privada, o quão necessário se faz o aperfeiçoamento de profissionais de áreas que cuidam da saúde mental.

O filme que estreia no Brasil em um mês que voltamos os pensamentos sobre a saúde mental, como devemos nos preparar para lidar com as diversidades presentes em nosso meio, até que ponto a falta de compreensão pode afetar a perspectiva de um indivíduo.

Dentro de um personagem redesenhado, Todd Phillips consegue reverter uma perspectiva de um grande vilão dos quadrinhos, trazendo o conceito de causa raiz, de um estudo aprofundado sobre o quão próximo uma sociedade desestruturada pode afetar a vida, a reabilitação e a fragmentação de indivíduos com distúrbios mentais.

Conseguimos observar um indivíduo que tem um problema mental crônico que afeta padrões cognitivos de uma preparação adequada para o convívio social, falta do estudo das habilidades sociais, observamos uma risada que ficará marcada em sua memória sobre o que é real e não é real, dentro de uma mente isolada, o filme nos convida a refletir até que ponto a mente humana pode chegar, em que níveis de descontrole pessoal um humano pode se encontrar.

Um filme que deveria ser visto não apenas pela sociedade, mas por todos os profissionais que lidam com a saúde mental, em uma data tão próxima, dia 10 de outubro de 2019 onde comemoramos “O Dia mundial da saúde mental”, sem sobra de dúvidas essa se torna uma obra de arte a ser apreciada e analisada de vários ângulos e perspectivas.

domingo, 15 de setembro de 2019

Conhecendo outro Jackson com K



A soma de uma semana, era assim que tinha o espelho deste mês de setembro, os dias estavam sendo gratificantes, cada dia estava sendo somado como um dia gratificante.
Minha mãe estava bastante motivada com tudo que tinha aprendido, em apenas um dia, sim, não era um ano de aula, era apenas  um dia, sendo  enfático mesmo, quero apenas expressar minha perplexa, insatisfação do método de ensino atual, a educação bancária[1], antigo e não pedagógico, ela tinha passado por várias pessoas é não conseguia sair da sala com uma palavra escrita, não conseguia escrever nem mesmo seu nome que a representava em sua identidade.
Aquela senhora muito educada, que trabalhava junto com minha psicopedagoga, ambas estavam bem empenhadas em ajudá-la, minha mãe como nunca fazia planos para conseguir ler diariamente, mesmo que bem pouco.
Eu bastante motivado em aprender as mais variadas formas de redigir um texto, de aprender as formas corretas da narrativa, expressiva, das broncas que a psicopedagoga me dava, indiretamente, com mãos de pluma ela conseguia reduzir minha raiva e agitação, focando a capacidade de memorização em dissertação.
 Meu atendimento do dia doze de setembro de 2019, com minha psicopedagoga, não seria o mesmo de antes, assim como todos os outros, sempre me reservava surpresas, porém essa seria diferente, os sentimentos desse dia seriam absorvidos por mim, como antes nunca visto e presenciado.
Saímos às sete horas, passamos no trabalho de minha esposa às sete e meia, cinco para as oito já estávamos no NAAH/S[2], aquele dia seria marcante em minha vida. Estava também com o  amparo familiar, minha mãe se mostrava muito motivada com seus exercícios que tinha feito em casa, no dia seguinte, porém ela estava lendo todo dia um pouco, já estava planejando prolongar os estudos, criando planos para sua alfabetização, ela nunca tinha se sentido tão amparada por alguém daquela forma.
O clima estava tranquilo, na primeira sala tinha duas senhoras discutindo sobre o posicionamento correto do veículo pela via, se seria certo a moto andar pela direita, estava agoniado com aquela discussão incisiva, uma falava não saber outra não sabia distinguir.
No transporte o processo que elas provavelmente saberiam, visto que para se discutir sobre deveriam ser motoristas também,  se estavam no trânsito, as regras básicas de fundamento seriam aplicadas para qualquer indivíduo, como a qualquer veículo, independentemente de ser moto, sabemos que se deve ultrapassar pela esquerda, não pode ultrapassar pela direita, dando seta, pedindo passagem para depois acessar a via de mão direita para entrar, evitando também o ponto cego em uma via dupla.
Após quarenta minutos, psicopedagoga chamou minha mãe, as oitos e quarenta e quatro, estava um pouco atrasada, porém nada além do plano diário de uma quinta feira, como de costume, psicopedagoga e sua equipe estavam sempre dispostas no atendimento, foi dado o apoio e iniciando o atendimento com sua parceira.
Então chegou minha vez, psicopedagoga me chamou para sala, viu que não seria possível o atendimento e discussão, foi então que me levou para sua sala, seguindo o atendimento voltamos a exercitar pontos de sintetização, além de me auxiliar na criação de manuais para minha atividade de Neurofeedback[3].
Foi dia de rever todo meu relatório, precisava me empenhar mais no preenchimento, no passo a passo do aplicativo, discutimos sobre gramática, alguns pontos foram melhorados, outros ajustados, no fim verificamos alguns pontuais para direcionar atividades extras ao meu projeto.
Foi no final de tudo, daquela sessão que meu dia iria começar de verdade, após se despedir da psicopedagoga e sua equipe, já na saída , eu fui acompanhado como sempre pela mesma, quando me deparo com um jovem lhe esperando na recepção,  psicopedagoga sem muita delongas, me apresentou ao outro eu, um Jackson.
Logo me lembrei do relato dela sobre esse Jackson, alguém que ela me falava que tinha muitas ideias, porém nem ela conseguia acompanhar seus raciocínios, que costumava teorizar bastante sobre a matemática.
Eu estava com tempo bem apertado, tinha um compromisso as treze e trinta daquele dia, saberia que a psicopedagoga, queria nos dar algum tempo juntos, para discutirmos um pouco sobre a medicina, uma área de meu interesse e sua matemática, uma área de interesse que o mesmo ligava a medicina.
Aceitei o convite para aquele momento, quem sabe não surgiria uma brainstorming[4], novas ideias, um novo modo de observar a medicina, para um bom matemático, se fosse mesmo possível até resolver as equações que quebravam paradigmas.
 Logo no inicio após  as apresentações, percebia que ele se parecia muito comigo em alguns aspectos, muito calado, bem retraído, me deu a mão não muito firme, falava baixo, psicopedagoga pediu para ele me mostrar um pouco dos seus estudos ou quem sabe falar um pouco sobre seus planos, ele estava um pouco inquieto é disse que não tinha trazido nada, que estava lá para falar de um assunto pessoal.
Ele falou bem baixo, que seu pedido para algum processo tinha sido negado, psicopedagoga lhe perguntou por que não lhe passou nenhuma informação, para que pudesse lhe ajudar, recorrer solicitando novamente, sem muitas delongas explicou para o mesmo que o prazo teria passado para que ela pudesse lhe ajudar, eu logo imaginei que poderia ser algum passo de isenção ou requisição ao Enem, sendo assim não teria muito o que fazer para ajudar aquele jovem rapaz.
Foi então que a psicopedagoga questionou sobre sua ausência, ele disse que estava com seu avô, que tinha passando por uma cirurgia, nessa hora eu imaginei que ele poderia ter alguma doença, por isso não conseguiu se atentar aos prazos, a psicopedagoga como de costume, bem atenciosa lhe perguntou:
- Você ou ele?
 Em seguida ele respondeu.
- Ele, eu o acompanhei, estava com glaucoma.
Percebi algumas falhas no processo cognitivo, assim como eu tinha minhas dificuldades, ele também tinha algumas, percebi que ele estava um pouco sujo, com as roupas, sapatos e camisa, estava também bastante soado, provavelmente tinha pegado o transporte caótico goiano.
Iniciamos uma breve conversa, logo percebi que ele tinha alguns pilares da física e biologia, falou das frequências humanas, área que gosto bastante, disse que tinha interesse em salvar vidas pela matemática, descobrindo a cura do câncer utilizando cálculos para acessar algumas linhas dessas ondas, percebi que tinha entendimento aprofundando sobre as equações de dobras do espaço e tempo, que seu foco não estava apenas em ondas, eu logo animado, queria compartilhar com ele um pouco do meu conhecimento sobre as ondas, falei um pouco do meu atual estudo, que também existiriam estudos que apontavam que com as 6 ondas de captação do EEG posicionadas em cada parte do corpo, poderiam estabelece delimitadores para identificar um órgão saudável e não saudáveis, em consequências alimentos que poderiam ser revertidos dentro da área molecular.
Eu estava bastante animado, mostrei pra ele um estudo que falava sobre as ondas em frequência molecular, porém que seria necessário um bom matemático para organizar todas as frequências para chegar em tratamentos ideais com alimentos saudáveis.
Porém eu logo observei, ele de cabeça baixa, assim como eu tinha costume de fazer, estava longe, anos luz do meu pensamento, estava analisando os furos da expansão da dobra, onde as moléculas se desmontavam, ele queria e reconstruir todo processo, tudo pela matemática.
Percebi então que ele estava falando de temas recentes como as dimensões, os traços de reconstrução do teletransporte e a radiação x, tudo em uma escala de elementos, comecei a ficar confuso, entendia alguns fundamentos porém outros estavam muito longe do meu alcance, ele tinha a calculadora e os fundamentos no cérebro, em reverencia ao ditado popular faca e queijo na mão, porém tinha coisas que o impediam de observar alguns fatores para iniciar sua matemática da vida.
Não sou nenhum especialista em matemática, inclusive junto com a gramatica são as matérias que menos gosto de estudar, porém sei da importância de sua formação  para os profissionais, acredito também que com a matemática bem aplicada conseguimos direcionar vários estudos, pesquisas não só em níveis estelares como em aspectos moleculares, de maneira restrita e até então ilimitada, visto que até então não podemos mensurar todos os números.
Ele estava além de agitado internamente, com algum sofrimento que lhe deixava pensativo, após convidar ele a pensar sobre a força nuclear x, fissão vs. fusão, que seria a união de duas forças ele se mostrou confuso sobre o tema, percebi que ele sofria um pouco do que passava, ele estava indo muito rápido sem rever as questões básicas, dentro dos parâmetros que ele queria me explicar percebi que ele tenha conhecimento das grades porém não sabia explica, ele não era burro, apenas estava perdido no meio de tanto conhecimento.
Que dificuldades ele estava passando, seriam eu, em meu extremo colapso, alguém muito inteligente ao mesmo tempo perdido? Dava pra perceber, ele era solitário, aquilo me deixou muito pensativo, não conseguia acompanhar seus pensamentos, psicopedagoga queria nos reunir, quem sabe para eu compartilhar um pouco do que estava passando e melhorando, eu precisava sair também, lhe pedi seu número, ele então me passou, tinha que ir embora, preferi deixar ele com a psicopedagoga, naqueles últimos momentos, pelo menos visando uma possível conversa entre ele e a psicopedagoga que precisava sair, acredito eu, por conhecer o perfil de Jackson ele não teria avisado a mesma sobre sua visita.
Foi então que me despedi e dessa vez fui embora, chegando no carro, logo de início comentei com minha mãe sobre aquele jovem, sobre suas ambições, minha mãe preocupada logo perguntou;
- Será que ele precisa de ajuda?
- Talvez mãe, vamos verificar depois, respondi.
Conforme ele tinha me passado o número eu iria entrar em contato com ele, meu ponto positivo sempre foi, mesmo que digitalmente a comunicação e posicionamento pessoal.
Em seguida lhe mandei uma mensagem, de boas-vindas, enviei também o artigo que tinha conhecimento, porém observei que ele não tinha visualizado, conforme o dia passava aquilo me amargurava, eu estava sentindo calafrios, até chegar na psicopedagoga e compreender um pouco mais de sua história, ele era uma pessoa que sofria agressões de seus tios, sofria preconceito no seu meio familiar, chamado de retardado mental pela família.
Jackson apresentavelmente ele era um garoto humilde, me via nele, indiretamente, com traços de sutileza, um rapaz que poderia, ter seu potencial modelado, recuperado e direcionado profissionalmente, psicopedagoga fazia o possível para lhe ajudar, mesmo assim ele não tinha até então nem lhe passado o próprio número.
Peguei o telefone as dezoito horas, liguei para o número que ele tinha me passado, não consegui falar com ele, em desespero compartilhei meus sentimentos com minha mãe, ela também compartilhava dos mesmo comigo, ficamos literalmente de coração partido, sem saber onde estava o Jackson, aquele rapaz que parecia tão perdido, quanto potencial a ser explorado, tinha também sua fragilidade amostra.
Isso começou a doer, comecei a perceber mais sobre os relatos e queixas que a psicopedagoga me fazia, como parecíamos idênticos, Eu, Meire e Jackson, eu com toda aquela angustia, queria ajudar alguém que havia acabado de conhecer, Jakson com sua aceleração super desenvolvida , sem direcionamento e Meire com suporte precário do governo.
Foi então que Jackson começo a conversar comigo, disse um simples:
- Oi, eu logo em seguida disse:
- Oi, está tudo bem como você? Onde você mora? Vamos marcar um dia para conversarmos mais?
Ele então me respondeu:
- Tudo bem, vamos sim. Fiquei bastante ansioso, queria ajudar ele, mostrar alguns passos para os estudos, queria que ele compartilhasse seu conhecimento comigo, queria tentar filtrar as variantes acessíveis é lhe ajudar de alguma forma, queria mostrar que poderia compreender, que não lhe achava louco.
Busquei nesse breve texto expressar minha angústia, não só nas palavras, mas no sentimento absorvido por aquele Jackson, poderia ser eu, poderia se você, poderia ser qualquer pessoal, a que ponto chegamos? Onde nós colocamos para absorver a necessidade do próximo.
Somos apenas pessoas, com qualquer tipo de transtorno, que não conseguem expressar os sentimentos, ou são as pessoas ao nosso redor que conseguem observar, analisar e ajudar um amigo ou familiar?  Mesmo que fosse um gesto simples, ou um estado de transferência de sentimentos, precisaríamos direcionar todos esses pontos para ajudar as pessoas.
Jackson não poderia ser apenas mais um Jackson, deveria ser aparado de todo forma, não irei desistir dele, mesmo que fossem as mais singelas palavras, apenas queria lhe mostrar que éramos iguais, pessoas comuns vivendo em um universo contemplado pela insensatez.
Não quero só criticar a família, gostaria de criticar o governo, que não consegue cumprir o direito básico do deficiente, a lei federal n. 7.853, de 24 de outubro de 1989, ano de meu nascimento, que nos fundamento básicos esquece de aparar o indivíduo, preciso também enfatizar o não cumprimento do direito básico da educação.
Todo mundo tem direito à educação. A educação será gratuita, pelo menos nos estágios elementar e fundamental. O ensino fundamental será obrigatório. A educação técnica e profissional será disponibilizada em geral e o ensino superior deverá ser igualmente acessível a todos com base em A educação deve ser direcionada ao pleno desenvolvimento da personalidade humana e ao fortalecimento do respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, promovendo a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações, grupos raciais ou religiosos, e promovendo as atividades de Nações Unidas para a manutenção da paz. Os pais têm o direito prévio de escolher o tipo de educação que será dada aos filhos. (UNESCO, 37-100).
Direito esse que mesmo que em suas altas habilidades ou deficiências adquiridas se vê em meio ao colapso da estrutura, vejo o NAAH/S em meio ao turbilhão desse casos, eles não suportam, hoje atendem apenas crianças, ato restrito, mesmo com suas agendas lotadas de visitas, consultas e apoio, tentam de alguma forma apoiar todas as crianças,  gostaria de enfatizar que não apenas as atuais crianças mais as eternas crianças aprisionadas em seu universo.
Vou trabalhar, mesmo que seja com o mínimo dentro do meu máximo, para que todas as crianças, Jackson, Pedro e Maria tenham acesso à educação, apoio familiar e social.
BIBLIOGRAFIA:

VIRGOLIM, Ângela M. F.(org.) Altas Habilidades/Superdotação – Encorajando Potenciais. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial, Brasília – DF, 2007.


[1]No Brasil, temos os primórdios desse tipo de educação com a chegada dos jesuítas que tinham como missão a catequização do povo nativo, assim produziram um sistema de ensino baseado na reprodução de conhecimento. Promoviam discursos e teatralização do conteúdo a ser decorado e reproduzido pelos índios. Dessa forma, os índios apenas reproduziam o idioma e a religião do povo dominador, mas de uma forma mutiladora (de suas tradições) e alienante (sem haver assimilação desses novos conteúdos). Com a construção de escolas, o ensino continuava o mesmo: Uma reprodução de conteúdo de forma arbitrária e mecânica. (FREIRE, 2016, p15-25).
[2]Muitos são os desafios que nossas escolas têm que enfrentar para poderem fornecer uma educação de qualidade e atender às demandas cognitivas de todo o seu alunado de forma inclusiva. A par destes desafios, a criação dos Núcleos de Apoio às Altas Habilidades/ Superdotação – NAAH/S apresenta-se como
uma resposta adequada aos problemas propostos pela área. Além de atender ao alunado identificado como superdotados, os Núcleos objetivam a promoção da formação e capacitação dos professores para que possam identificar e atender a esses alunos, aplicando técnicas e estratégias de ensino para a suplementação, a diferenciação e o enriquecimento curricular. (VIRGOLIN, p. 10, 2007).
[3]Neurofeedback (NFB), também denominado neuromodulação autorregulatória, neuroterapia, neurobiofeedback ou EEG biofeedback, é um tipo de biofeedback que utiliza métodos diversos, como o da eletroencefalografia (EEG), exibidos em tempo real, a fim de monitorar a atividade cerebral, geralmente com o objetivo de controlar a atividade do sistema nervoso central. No caso da eletroencefalografia são colocados sensores em diversos pontos na cabeça do paciente para medir a atividade cerebral, exibindo medições usando monitores de vídeo ou de som. O neurofeedback baseia-se no registo e análise automática da atividade elétrica do cérebro, com um considerável número de aplicações, com excelentes resultados. (Birbaumer, p. 17-107, 2009).
[4]O brainstorming ou tempestade de ideias, mais que uma técnica de dinâmica de grupo, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados. A técnica propõe que o grupo se reúna e utilize a diversidade de pensamentos e experiências para gerar soluções inovadoras, sugerindo qualquer pensamento ou ideia que vier à mente a respeito do tema tratado. Com isso, espera-se reunir o maior número possível de ideias, visões, propostas e possibilidades que levem a um denominador comum e eficaz para solucionar problemas e entraves que impedem um projeto de seguir adiante. (NOVATEC, p. 22-31, 2015)

domingo, 8 de setembro de 2019

A PSICOTERAPIA PELA FALA – FUNDAMENTOS, PRINCÍPIOS E QUESTIONAMENTOS.

A PSICOTERAPIA PELA FALA – FUNDAMENTOS, PRINCÍPIOS E QUESTIONAMENTOS.

RESUMO ANALÍTICO.



A Psicoterapia pela fala traz uma abordagem primária com embasamentos filosóficos junto com a psicanálise, logo no início observamos a pendência de traços de Freud mais uma vez com estudos retificados de forma lacaniana, nessa abordagem e observações a isenção de qualquer abertura para técnicas motoras e cognitivas diferentes.
Como já dizia Kant;
"...Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço. …"
De uma maneira ampla e desfigurada presenciamos uma abordagem única para interpretação de uma reflexão vivida entre o psicanalista e seu paciente, dando aberturas aos seus monstros, porém não obtendo nenhuma resguarda criteriosa para identificação de pilares regulares e somatórios.
Há na literatura behaviorista radical uma forte prevalência do entendimento de que através do pragmatismo e do contextualismo pepperiano o behaviorismo[1] radical careceriam de qualquer posição ontológica quanto à substância constituinte dos fenômenos comportamentais estudados cientificamente pela análise do comportamento, neste sentido, a posição ontológica do behaviorismo radical seria categorizada como uma relação radical. Em concordância com este entendimento, Zilio (2012, p. 110) argumenta que:
[…] Se o comportamento é definido como um processo relacional de fluxo contínuo entre o ambiente e as ações de um organismo […], e se os próprios estímulos e respostas que compõem, respectivamente, o ambiente e as ações, só existem enquanto tais na própria relação, então o comportamento só existe enquanto processo é ativo de modo relacional.
Conforme o enredo se desenrola, ele da abertura para a enfática ação da corresponsabilidade, sobre observação de um possível indivíduo que tem perspectiva fundamenta pela própria morte.
Estaria ele preocupado com todo contexto mesmo após uma abordagem crua sobre o enredo da psicanálise inicial? Sobre abertura de diálogo sem uma barreira protetiva de cautela para com paciente? Aparentemente não.
Tudo se responde no desenrolar de seu livro, com uma abordagem primaria da psicologia, com extensão retificada para qualquer ação de teste para prevalência da informação.
Dentro dos parâmetros da globalidade biopsicossocial do homem pelos seus fundamentos observados, ele alega que não existe uma doença pura, abstrata ou ideal, os processos infra estruturais e intersubjetivos são partes integrantes da doença humana, atuando em seu surgimento, sua evolução e seu declínio. Enfatizando que o princípio lógico tem como envolvimento o sujeito doente e o sujeito que trata ou estuda a doença.
Vejo a perda da ética nesses princípios citados por Richard Bucher, quando o mesmo pega a tendência Freud, para consistência de abraçar o mundo psíquico apenas com a filosofia, entranhada em seus laços, passamos a observar nesse contexto a falta de estrutura profissional embasada para psicologia, Ética vem do grego “ethos”, que significa modo de ser, e Moral vem do latim “mores”, significando costumes.
A moral já existe há muito mais tempo, pois todos possuem a consciência moral que leva a distinguir o bem do mal no contexto que vivemos.
A Ética investiga e explica normas morais, pois nos leva a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas mais ainda por convicção e inteligência.
Ela faz uma reflexão filosófica sobre a moral, procura justificá-la, seu objetivo é guiar e orientar racionalmente a vida humana. A ética e a moral são os maiores valores do homem que possui liberdade; elas se formam numa mesma realidade e ambas significam “respeitar e venerar a vida”.
É necessário ter uma ética aplicada, que deve ser específica, dividida em ramos, para que determinadas situações sejam melhores analisadas, entrando o papel da ética em diversas profissões, que tem como um dos objetivos fazer as pessoas entenderem que suas ações possuem consequências não só para si, mas também para os outros e isso não pode ser encarado apenas de um ponto de vista.
Em determinado momento ele aborda a situação de um vínculo intersubjetivo ou infra relacional específico, ou da relação terapêutica, propriamente dita, conhecida como relação médico - paciente, sobre a influência de Balint (11). ele alega que sobre uma visão crua o médico ou profissional psicológico tende a consulta básica para o tratamento, sem envolvimento subjacente, entrando em contradição com sua abordagem primária alegando necessidade de um parecer teórico, estaria ele nos levando ao conflito de raciocínio? Sim, podemos observar os conflitos nesse livro, onde podemos capitar não apenas os fundamentos, princípios como a ênfase nos questionamentos.
Dentro de sua abordagem ele nos leva a refletir sobre as forças de cura baseadas na fé, numa atitude religiosa que sustenta uma dupla confiança no terapeuta, são princípios Hipócrates[2], aplicados até hoje o que não deixa de conferir um traço religioso à prática médica mesmo contemporânea.
Em um deslumbre ele retifica minha observação inicial, que está prática não será mais esclarecida em nossa época, pelo motivo de crenças e atitudes religiosas serem substituídas pela ética profissional. Enfático em sua abordagem, ele busca confirmar seu pilar da necessidade de convivência harmoniosa entre as partes.
Após as abordagens citadas ele nos faz refletir sobre a definição do instrumento psicoterapêutico, fazendo nos pensar sobre a linguagem abordada e os conflitos presentes, porém para que tal estrutura possa ser observada, saliento em uma não observação no livro a necessidade de profundidade sobre cautela profissional, que o profissional precisa evitar cair em um emaranhado de informações subjacentes ao seu princípio básico de análise.
De forma pragmática, no texto, em sua abordagem ele cita as oposições entre relação médica e psicológica, sobre o discurso médico e discurso psicanalítico, Clavreul, p. 3,1981. refutar em não discutir a medicina clássica ou acadêmica, com toda a sua tecnicidade, cada vez mais sofisticada, em julgar sobre comparação a medicina humana, isto é, mais relacional. Observamos uma. necessidade inerente sobre uma abordagem superficial onde podemos absorver de ambos os lados os benefícios do ambas as categorias.
Estaria levando ao pé da letra falas de dramaturgia, como as já feitas pelo dramaturgo Jerome[3];
"... O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele. O psiquiatra cobra o aluguel. …"
Acredito que assim como o psicólogo tem sua barreira construtiva, o psiquiatra também consegue compartilhar sua empatia no universo primário, logicamente que ambos dependem da parceria estruturada, já dizia o comediante Rodney;
"... Eu disse ao meu psiquiatra que todo mundo me odeia. Ele disse que eu estava sendo ridículo, nem todo mundo me conhece ainda. …"
A crítica da relação científica abordada no livro, não estabelece os princípios básicos da evolução tecnológica, muito mesmo das possibilidades atuais do uso da tecnologia para o estudo e reabilitação, em um momento infeliz o livro consegue tirar toda responsabilidade natural para possível parceria técnico e científica, anulando pilares de estudos evolucionistas.
Em uma observação geral verifico fugas de possíveis casos, para uma abordagem única psicanalítica, com uma visão direcionada sobre aspectos de Freud, não podemos radicalizar uma abordagem ampla de todo o endereço apresentado no livro.
Entre partes o livro nós mostrando universo da psicanálise como forma ampla subjetiva de tratamentos com imersão pisco profissional do terapeuta com as ferramentas de sondagens pela mente humana, levando em consideração um bloqueio próprio do psicanalista para não se deixar absorver de outras possíveis causas diversas de uma análise primária, mesmo se fazendo necessário uma parceria psiquiátrica e psicóloga.
Para o estudo da psicanálise o livro se faz uma ótima ferramenta de separação de ideias e padrões, porém dentro de um contexto evolutivo gera bloqueio de pensamentos novos, abordagens restritas e compartilhamento profissional.
Acredito que o futuro da mente esteja ligado diretamente entre a união psicológica dos setores de entendimento para uma abordagem ampla de conhecimento agregado e compartilhado.


REFERÊNCIAS:
________ A Psicoterapia pela fala - Fundamentos, princípios e questionamentos -Richard Bucher, 1989.



[1] O behaviorismo (do inglês behavior = comportamento) é o conjunto de abordagens, nascidas nos séculos XIX e XX, que propõe o comportamento publicamente observável como objeto de estudo da psicologia. Alguns consideram John B. Watson (1878-1958) o fundador do Behaviorismo Metodológico por conta de seu manifesto, de 1913, no qual afirma: "A psicologia, como um behaviorista a vê, é um ramo puramente objetivo da Ciência Natural. Seu objetivo teórico é a previsão e o controle do comportamento. A introspecção não é parte essencial de seus métodos [...] o behaviorista, em seus esforços para conseguir um esquema unitário das respostas animais, não reconhece uma linha divisória entre homem e besta." (1913, p. 1, colchetes adicionados). Watson defendia o abandono da terminologia metalista da "psicologia da consciência" de seu tempo. A rejeição da introspecção como método essencial e a rejeição da "psicologia da consciência" de seu tempo não significou uma rejeição ao estudo comportamental de pensamentos, sentimentos e emoções, como demonstra, por exemplo, o interesse de Watson sobre o tratamento de medo por meio do condicionamento clássico. Wikipedia, Wiki.
[2] Hipócrates * 460 a.C. em Cós; † 370 a.C. em Tessália, é considerado por muitos uma das figuras mais importantes da história da Medicina, frequentemente considerado "pai da medicina", apesar de ter desenvolvido tal ciência muito depois de Imhotep, do Egito antigo. É referido como uma das grandes figuras do florescimento intelectual grego, como Demócrito, Sócrates e Aristóteles. Hipócrates era um asclepíade, isto é, membro de uma família que durante várias gerações praticara os cuidados em saúde. Wikipedia, fundamentos Wiki.
[3] Jerome Lawrence Schwartz (Cleveland, 14 de julho de 1915 – Malibu, 29 de fevereiro de 2004) foi um dramaturgo estadunidense.

Resumo de leitura. – Jacson Marçal Pereira de Jesus, O INFERNO DO DEVER – O DISCURSO DO OBSESSIVO.

Resumo de leitura. – Jacson Marçal Pereira de Jesus, O INFERNO DO DEVER – O DISCURSO DO OBSESSIVO.




RESUMO ANALÍTICO.

A obsessão analisada por Freud tinha como princípio, partir do ambiente antes jamais presenciado, quais eram seus fundamentos, de onde surgiria tais obsessões, como poderia buscar fundamentos de mentes fechadas e direcionadas, nem mesmo os estudos lacanianos poderiam suprir essa abordagem. A psicanálise no seu início se mostrava muito frágil para tais analogias, se fazia simplória perante ao universo obsessivo ainda não investigado. O obsessivo tem como fundamento uma formidável máquina de pensar, sua complexidade tanto nos seduz quanto nos afasta, raramente ele atrai simpatia. Os não-tolos erram, a histeria não crê em ninguém, já obsessivo crê além de duvidar. Lacan, seminário 1973-1974. Antes de Freud a histeria era considerada um estado intermediário, um estado entre dois padrões, obsessivos eram considerados semiloucos, obsessão ocupava um estado limite entre pessoas que estariam a um passo do limite. Uma análise histórica das ideias de Kraepelin tentam ajudar os médicos a ganhar alguma perspectiva. Infelizmente, os historiadores sociais da psiquiatria têm pouco gosto por histórias de casos detalhados e parecem aceitar a visão de que, para Kraepelin, "uma pessoa mentalmente doente parece ser um conjunto de sintomas" (Zilboorg, 1941, p. 452; Decker, 1977).  Essa visão tem sido ecoada até por historiadores simpáticos: "o que se sente faltar na descrição de Kraepelin do quadro clínico é a 'psique'. Kraepelin, não há relação entre a obsessão e o delírio maníaco, depressivo, insano e paranóia,1976. Análise de psicólogos que adoram filosofia, se tornam terríveis metafísicos em comparação a análise de obsessão, precisamos criar um filtro central entre os setores, respeitando a linha da filosofia em meio ao seu enfático modelo de abordagem. A neurose obsessiva é uma espécie de defesa contra todo tipo de tentativas de aproximação ou de captura. Um sintoma nunca definiu uma estrutura, sendo a grande diferença do histérico para o obsessivo, o histérico organiza sua sintomatologia com o objetivo de afirmar sua objetividade, já o obsessivo organiza a sua linguagem para salvar sua subjetividade e não para se livrar dela, na obsessão tudo se produz no campo das ideias, na histeria a motivação inconsciente das condutas é motivada pelo prazer.

Toda mãe em seu processo de desenvoltura para com seu filho teria a influência primordial na participação do futuro de um possível quadro histérico de seu filho, na narrativa de estudo, Denise tenta demostrar que todo quadro evolutivo precisa passar pela absorção própria da vida, que a psicanálise pode ajudar dentro de suas normalidades a lidar com os mais diversos quadros histéricos, agressivos e incompreensíveis. Freud a todo momento se na necessidade de retroagir para conseguir entrar no modo incisivo da obsessão, onde em uma abordagem inicial começa a decifrar que todo modelo de neurose seja agrupado ou não precisa ser separada da obsessão, não deixando de fora a possibilidade de um quadro extremo de junção entre a obsessão e neurose. Na ligação direta temos os quadros mais simples, como os casos de TOC1 que podem incidir em um nível supra inferior, baseado em seu maior nível de afeição perante as estratégias de abordagem da psicanalise. Freud em comparação para quadros extremos nos demonstram quadros superiores de TPP2, onde a dúvida, criando mundos diferentes de sua realidade, abastecendo tudo que foi criado como divisor único, quando não tratado pode ser desencadeado para níveis graves de descontrole emocional em níveis extremos uma abordagem suicida. Lacan fez importantes observações sobre o enigmático mundo do obsessivo, existe grande risco de fazer um obsessivo cair um uma psicose perante a uma psicanálise mal interpretada. Talvez a psicanálise deva escutar o obsessivo de outra forma, de outra forma com total importância invés de deixar o obsessivo criar e não se destruir pela fala.
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REFERÊNCIAS:

________ O inferno do dever, O discurso obsessivo, Denise Lachaud, 2007.

1 Perturbação obsessiva-compulsiva (POC) ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)  é uma perturbação mental caracterizada por obsessões e compulsões. As obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes que provocam na pessoa ansiedade ou mal-estar. A pessoa sente a necessidade de ignorar ou suprimir a ansiedade causada por essas obsessões através de pensamentos, rotinas ou atividades repetitivas denominadas compulsões ou rituais. American Psychiatric Publishing. 2013. pp. 237–242. 2 Transtorno de personalidade paranoide é um transtorno mental caracterizado por paranoia e por um padrão invasivo de desconfiança e suspeitas generalizadas em relação aos outros, interpretando as intenções dos outros como malévolas. Dentre os possíveis causadores do transtorno estão o excesso de ansiedade, experiências de agressividade frequentes na infância e adolescência (geralmente da família e/ou escola), cultura violenta e fatores genéticos. Se tornam pessoas difíceis de se conviver causando sérios prejuízos a seu desenvolvimento social, acadêmico, profissional e de relacionamentos amorosos saudáveis. Baltimore, Williams & Wilkins, 6th, 1995, pp. 1434-6.