sábado, 6 de junho de 2020

CÉREBRO NEURODIVERSO E NEUROTÍPICO

Vamos entender um pouco sobre como funciona o cérebro do Autista? Sobre essa divisão do neurodiverso é neurotípico.

A Neurodiversidade é uma forma de desenvolvimento neural atípica em relação ao meio comum, se difere dos meios comuns, um meio divergente do grupo de Autistas para com pessoas típicas. O termo vem sendo utilizado desde 1990 porém ganhou mais força e foco em 2015 após o lançamento do livro  NeuroTribes: The Legacy of Autism and the Future of Neurodiversity, de Steve Silberman.

Em frente a muitas dúvidas a neurodiversidade ganha um posicionamento em relação a evolução humana, conforme pesquisa da universidade de YALE onde os genes e a relação com o desenvolvimento humano tem fortes ligações partindo do princípio e meio Autístico, revelando que um processo de alteração vem sendo observado a vários anos, criando outro meios de conexões, ações e atitudes.

Muitas pessoas não entendem essa classificação alegando que pelo nível e enquadramento do Autismo muitos podem apresentar grandes negativas, sendo assim tentam reforçar as diferenças pelas comorbidades como maior presença e negativa no meio Autístico, Aí surge a grande diferença visível, não devemos alocar todos os indivíduos comparando apenas suas comorbidade para o enquadramento do meio neurodiverso, o neurodesenvolvimento é apresentado antes dos pilares de Comorbidades e Condições Coexistentes, não podemos avaliar apenas pontos negativos em um Autista.

O Autista tem muitos pontos positivos, chamados de potencialidades dentro das suas excepcionalidades, para essa devida extração devemos utilizar ferramentas e balizadores efetuados por profissionais especializados em Autismo como Neuropsicólogos e Psicólogos, Autistas dentro de suas potencialidade podem também apresentar negativas como qualquer humano, nesse ponto entra o devido trabalho para melhor tratamento do Autista.

Quando pegamos Autistas que conseguiram um apoio adequado o devido tratamento e reabilitação, podemos observar que o modo de pensar e agir continua neurodivergente em comparação aos neurotípicos,não existe a possibilidade da mente, neurodiversa anular formas únicas e singulares como o meio de interação social, métodos de escolhas e caminhos diferentes e outros pontos de vista contra os típicos, em explicação comum os neurotípicos são pessoas que não estão dentro do espectro ou que não apresentem a forma de expressar, pensar e agir neurodivergente.

Um autista se aceitando e entendendo seu interior consegue anular formas forçadas de padrões unilaterais do meio típico, isso o difere dos demais, lhe enquadrando como um ser único dentro de um todo pelo meio neurodiverso, o mais importante para um autista dentro de sua descoberta é entender que não é sua diferença que lhe define mais sua aceitação.

Autista Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais #respectro 

O Autismo Diagnóstico Conceito e Processo.



O Autismo Diagnóstico Conceito e Processo.

Muitas pessoas vêm até mim, me perguntando, "Jacson como eu vou conseguir um Laudo" ou "Jacson meu médico disse que não sou Autista" também "Jacson qual idade correta para o diagnóstico" ou até "Jacson estou perdido por não conseguir me encontrar" sim são várias as formas e modelos de dúvidas, mas um único processo válido é seguro para o diagnóstico válido e seguro.

Para conceitos básicos o Laudo poderá ser dado apenas por um grupo restrito de profissionais, são eles:

Psiquiatria 
Neuropsiquiatra
Neuropediatra
Neurologista 
Pediatra (18 até 24 meses de vida)

Antes de entender esse conceito você precisa avaliar algumas características, que devem ser observadas no Autismo em algumas fases da vida para iniciar a triagem os profissionais médicos podem iniciar os protocolos pelo AAP, M-CHART R/F, CARS além do ATA  esse será o primeiro passo para iniciar um diagnóstico válido e seguro, essas avaliações são mais direcionadas ao autismo infantil, esse profissional poderá alocar a criança em um pré registro com uma CID, F84.0 ? com uma possível interrogação, essa interrogação serve de balizador para um criterioso processo investigativo.

Nesse processo caso seja observado um diagnóstico tardio, em adolescentes e adultos, nunca aceite que o seu Autismo "É simples demais, não precisa se enquadrar" ou "Deixa pra lá é só um Autismo leve" muito menos "É só sua ansiedade ou depressão", gatilhos pequenos historicamente camuflam o Autismo por longos períodos da vida dificultando o devido apoio, lhe transformando em uma verdadeira esponja, por experiência própria a liberdade só será plena após a conclusão de um devido diagnóstico, avaliado por uma bancada médica profissional, em suma maioria diagnósticos tardios são acometidos em conjunto por TAG, Burnout, Pânico, TOC, TOD, TPB entre diversas outras características que já estão afetando a qualidade de vida de adolescentes  e adultos.

Posteriormente o médico vai avaliar algumas características, para lhe auxiliar vou deixar aqui alguns traços que são facilmente identificados no Autismo infantil.

Aos 4 meses de idade:

*Não acompanha objetos que se movem na sua frente.
*Não sorri para as pessoas.
*Não leva as mãos ou objetos à boca.
*Não responde a sons altos.
*Não emite sons com a boca.
*Não sustenta a cabeça.
*Dificuldade para mover os olhos para todas as direções.
*Perdeu habilidade que já possuía.

Aos 6 meses de idade:

Não tenta pegar objetos que estão próximos.
Não demonstra afeto por pessoas familiares.
Não responde a sons emitidos próximos a ele.
Não emite pequenas vocalizações.
Não sorri ou dá risadas ou expressões alegres.
Perdeu habilidades que já possuía.

Aos 9 meses de idade:

Não senta, mesmo com auxílio.
Não balbucia.
Não reconhece o próprio nome.
Não reconhece pessoas familiares.
Não olha para onde você aponta.
Não passa os brinquedos de uma mão para outra.
Não demonstra reciprocidade.
Não responde às tentativas de interação.
Perdeu habilidades que já possuía.

Aos 12 meses de idade:

*Não faz contato visual.
*Não engatinha.
*Não fica em pé, quando segurado,
*Não fala palavras como “papai” ou “mamãe”.
*Não entende comandos como "dar tchau".
*Não aponta para objetos.
*Perdeu habilidades que já possuía.

Aos 18 meses de idade:

*Não anda.
*Não fala pelo menos seis palavras.
*Não aprende novas palavras.
*Não expressa o que quer.
*Não aponta para mostrar algo.
*Não se importa quando o cuidador se afasta ou aproxima.
*Não copia comportamentos.
*Perdeu habilidades que já possuía.

Aos 2 anos de idade:

*Não fala frases com duas palavras que não sejam imitação
(exemplo: quero água).
*Não copia ações ou palavras.
*Não segue instruções simples.
*Não anda de forma equilibrada.
*Não entende o que fazer com utensílios comuns como colher, telefone, escova de cabelo.
*Perdeu habilidades que já possuía.

Aos 3 anos de idade:

*Cai muito ao andar.
*Fala muito pobre ou incompreensível.
*Não compreende comandos simples.
*Não consegue brincar de faz de conta.
*Não consegue brincar com brinquedos simples (exemplo:
quebra-cabeça, Lego).
*Não há interesse em brincar com outras crianças.
*Perdeu habilidades que já possuía.

Aos 4 anos de idade;

*Não brinca com outras crianças.
*Interage com poucas pessoas.
*Resiste em trocar de roupas.
*Não aprende histórias de faz de conta.
*Tem dificuldades na fala.
*Não entende comandos simples.
*Não usa os pronomes “você" e "eu" corretamente.
*Tem dificuldade em rabiscar um desenho.
*Perdeu habilidades que já possuía.

Traços mais simples que são identificados no Autismo adolescente e adulto:

Aos 12 até 17 anos:

*Rigidez.
*TOD.
*Agressividade.
*Insônia.
*Recuo Social.
*Hipersensibilidade ou Hipo.

Aos 18 anos para frente:

*TAG
*TOC
*Transtorno Doloroso Somatoforme.
*Transtorno de Personalidade borderline. 
*Trastorno de Personalidade narcisista.
*Inabilidade Social.
*Taquipsiquismo.
*Bradipsiquismo.

Dentro dessas características visualizamos negativas que podem ser observadas pela própria mamãe, papai ou cuidadores ou autistas.

O Autista também poderá apresentar o extremo oposto (indiferente da idade) dessas características como possíveis potencialidades;

*Atenção revigorada.
*Sensitivo
*Interesse restrito com crescimento gradual em temas específicos.
*Interesse em idiomas
*Interesse em rotinas e atividades manuais.
*Excelente Memória
*Conversas com palavras que contenham robustez para idade ou momento.
*Interesse em artes.
*Interesse em números.
*Interesse em palavras
*Interesse em Tecnologia.
*Fala aos 5/6/7/8 meses de vida.
*Entre vários outras potencialidades primárias.

Dentro dessa característica entre o trabalho profissional avaliativo e quantitativo para que possamos chegar ao devido diagnóstico, dentro dessas características será necessário seções de avaliação para potencialidades como Wasi, Wais e Haven além de demais testes que possa avaliar o Q.E (Quociente Emocional) e Q.A (Quociente de Adaptabilidade) segue alguns desses profissionais:

Neuropsicólogo
Psicopedagogo
Psicólogo (Especializado em TEA)
Etc.

Após avaliação e sondagem auxiliar o médico primário, que iniciou avaliação poderá encaminhar a criança, adolescentes ou adulto para alguns profissionais que devem avaliar questões gastrointestinais, cardiovasculares, hormonais, fonoaudiologia, terapias e outras demandas muito comuns no Autismo, indiferente de nível ou classificação:

Fonoaudióloga
Terapeuta Ocupacional 
Nútrologa (Nutricionista em conjunto)
Endocrinologista 
Cardiologista
Gastroenterologista
Etc.

Dentro dessa avaliação, todos os laudos, documentos e estudos devem retornar para o médico inicial ou determinado para o tratamento, com isso o Autista receberá a sua classificação de Autismo, se for possível, dependendo de suas potencialidades e negativas a classificação do nível conforme DSM.5 além de possíveis outros enquadramentos para iniciar o tratamento devido.

Vale lembrar que o diagnóstico significa liberdade, vários outros traços podem camuflar ou esconder o autismo para um diagnóstico tardio, processos ultrapassados por profissionais desatualizados também tendem a dificultar o diagnóstico do Autismo feminino que deve seguir rigorosas avaliações levando em consideração suas particularidades em relação a forma de pensar e agir, apresentadas de diferentes formas.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

Reference:

New York: The Guilford Press, 1998. vention. New York: The Guilford Press, 1999. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. 

Disponível em: http://www.cdc.gov/ncbd-dd/autism/index.html Acesso em: 10/09/2018.

CLARK L. SOS Help for Parents: A practical guide for han-
dling common everyday behavior problems. 2nd edition. Parents Press & SOS Programs, 2003. bioza DAWSON G., ROGERS J. S., MUNDSON J, SMITH M., WINTER J., GREENSON J., DONALDSON M., VARLEY.

J. Randomized, controlled trial of an intervention for toddlers with autism: The EarlyStart Denver Model. Pediatrics. 2010.
GREENE, R. The Explosive Child. 1st edition. Harper Collins Publishers, 2005.

LEVY, R.; O'HANLON, B. Try and Make Me! Simple
strategies that turn off the tantrums and create cooperation. Ist
10 edition. New American Library, 2001. Child. New York: Three Rivers Press, 2001. 2017; 80:13.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Falando um pouco mais dos níveis do Autismo.





O Autismo Severo é uma parcela significativa dos Autistas, podendo apresentar uma variação cognitiva e comportamental muito vasta, em suma maioria precisa de um apoio direcionado além de terapias, acompanhamento médico profissional para estabilização de sua forte característica de desordem. Porém tais efeitos com o devido apoio podem ser amenizados além de possíveis alteração de seu nível em uma melhora significativa.

O Autismo Moderado é um mediador dos níveis do autismo, essa barreira de controle apresenta grandes dificuldades porém o Autista pode em conjunto apresentar características que favoreçam para uma maior autonomia. Esse nível não significa estabilidade dentro desse nível sem o devido apoio o Autista poderá passear entre os demais níveis com uma piora significativa ou melhora para estabilização Autística.

O Autismo Leve, famoso por apresentar uma singularidade para independência de ações, atitudes, requer também observações, nessa classificação assim como nas demais o autista pode apresentar todas características que lhe afetem e geram uma crise maior onde o Autista poderá, facilmente, sem o devido apoio e controle passear entre os demais níveis com uma piora gradual. Sempre mantenha atenção a fatores externos que afetem seu modo de vida.

A devida avaliação deve ser feita sobre os regimentos do DSM 5 em conjunto com testes quantitativos e qualitativos, sem o devido apoio avaliativo e validação médica profissional a criança,  adolescentes e adulto poderá estar camuflado em num nível divergente de seu atual estado, sempre leve em consideração uma avaliação neuropsicológica, psicopedagógica e psicológica além da médica profissional.

Em todos os níveis do Autismo, cada indivíduo poderá apresentar diversas Comorbidades e Condições Coexistentes, sendo às vezes necessário o apoio terapêutico, médico profissional além de possíveis medicações.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Autismo passeando da tranquilidade a falta de senso do perigo.




Era um dia comum, tinha acordado às 07:00 como de costume, esse dia estava muito animado, queria muito ir comprar Pão e Pão de queijo tomei banho escovei os dentes.
Chamei minha noiva para ir comigo, estava voltando a dirigir depois de um tempo sem andar de carro sozinho, como seria rápido eu não tomei meus remédios para ansiedade, agitação e nem estômago, iria tomar quando chegasse.

Bem no caminho eu notei que o trânsito estava um pouco mais puxado, que as pessoas estavam correndo, eu já não me sentia muito bem, muita agitação externa, muito movimento, resolvi fazer meu processo de calma levantar os vidros e ligar o ar condicionado no 2 com a música normal da rádio de costume.

Ao chegar na panificadora, que fica em outro setor, cerca de 8km de onde eu moro, logo fiz o pedido, porém achei o ambiente muito cheio, fiquei bastante inquieto, mesmo assim após 10 minutos tinha conseguido comprar meu lanche da manhã.

Ao retornar, em uma primeira rotatória,  observei um motorista na minha frente com o carro de som muito alto, aquilo já me deixava bastante estressado, na segunda rotatória que seria a mesma que eu iria virar ele entrou de uma única vez passando no meio dela onde ele acabou derrubando um senhor da moto.

Sem pensar duas vezes eu anotei a placa do motociclista e logo acelerei atrás do carro que o derrubou, meu carro como tem um motor potente, 1.9, 16v logo consegui chegar perto do seu carro, foi então que joguei o carro na frente dele e pedi para ele retornar e ajudar o senhor que tinha derrubado, o rapaz se assustou e disse que não iria voltar, foi então que senti minha noiva me puxado, pedindo para acalmar, ele saiu em fuga eu continuei atrás até anotar a placa, chegando em casa eu busquei pela placa, paguei a consulta e passei os dados para o motociclista que me agradeceu muito e iria entrar com processo.

Bem, para alguém animado ou algum Autista essa minha reação seria normal, porém foi totalmente irracional.

*Eu estava com minha noiva no banco do passageiro.
*Eu estava alterado precisando da medicação.
*Eu não tinha nenhuma noção de perigo sobre minha ação.
*Eu não percebi no primeiro momento o risco que poderia correr caso motorista estivesse armado.
*Eu não calculei outras possibilidades como apenas anotar o número ao invés de fechar o outro motorista.
*Eu não tive medo em momento algum.

Como já expliquei aqui várias vezes, o autista pode agir de maneira própria, muitas vezes a noção de senso de perigo pode afetar suas rotinas e também suas ações, devemos sempre observar essas variações mesmo que pequenas.

Após esse ocorrido eu não ando mais sozinho de carro e fiquei com a observação de acompanhante para passeio, viagens e atividades o que gerou uma reflexão maior além do já enquadramento do meu autismo no nível moderado.
Tenha ciência da suas responsabilidades e tente gradativamente pensar mais antes de agir gerindo melhor suas escolhas e ações.

Autista Savant Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

terça-feira, 2 de junho de 2020

Autismo - Dupla Excepcionalidade e demais avaliações.



Autismo - Dupla Excepcionalidade e demais avaliações.

Um tema polêmico, que gera confusão para várias mamães, papais, cuidadores e autistas.

Infelizmente temos uma grande incidência na lentidão de transferência de informações, sobre quem deve ser considerado autista e apresentar Altas Habilidades/Superdotação, Savant, Hipertimesia e outras características relacionadas às suas individualidades

Para entendermos sobre essas características precisamos antes manter alguns padrões de conhecimento básico:

1° O Autismo não tem cura, é um transtorno global do neurodesenvolvimento. (Dúvidas? me siga nas redes e acesse minhas publicações)

2° Conforme DSM 5 o Autista pode passear entre os níveis, leve, moderado e severo indiferente da classificação de seu autismo. (Porém uma melhora não significa cura mas estabilidade nas suas condições Coexistentes)

3° Os níveis podem ser avaliados conforme a estrutura e capacidade individual de cada autista, alguns podem ser observados já com 1 ou 2 anos de vidas outros entre 3 e 4 anos ou apenas após os 6 anos, variando de cada indivíduo e respeitando suas particularidades.

4° A atual CID 10 está em migração para CID 11 o que facilitará as alocações para conceitos adicionais após JAN 2022, você acha a tabela facilmente na Internet.

5° Demais avaliações como Asperger (Termo em descontinuação) Alto Funcionamento, Altas Habilidades/Superdotação, Savant, Hipertimesia e outras características são associativas pela presença de Dupla Excepcionalidade (É necessário uma avaliação e apoio com profissionais capacitados como neuropsicólogo, psicopedagogo, psicólogo entre outros com validação médica profissional)

6° Todos os Autistas podem apresentar AH/SD, Alto Funcionamento ou Savant porém um Savant pode não ser um Autista.

7° O Autista pode também não apresentar nenhuma dupla excepcionalidade significativa, isso não significa que ele não precise de apoio ou acompanhamento pelo seu modo neurodiverso.

8° Todo autista tem capacidade de aprendizado, hoje nosso cérebro poderá ser treinado e adaptado onde se enquadra a classificação de neuroplasticidade, sendo assim atividades, terapias e trabalhos direcionados podem melhorar significativamente a qualidade de vida do autismo e suas Condições Coexistentes e Comorbidades (Isso não significa sair do espectro, termo totalmente infundado utilizado por profissionais que não sabem dividir o que é ser autista ou autismo sobre investigação)

Com essas informações podemos concluir que para a devida adequação devemos observar em conjunto com o devido diagnóstico e apoio profissional capacitado para identificar potencialidades e negativas dentro do espectro autista.

Não adianta ter o TEA identificado sem se enquadrar devidamente, lógico que respeitando a 3°observação.

Tendo essas conclusões podemos observar que devemos criar separações de características embasadas pelos estudos dentro do DSM 5, enquadramento da dupla excepcionalidade e demais avaliações, a junção desse enquadramento deve respeitar os pilares avaliativos e quantitativos para o meio neurodiverso.

Autista Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

sábado, 30 de maio de 2020

Autismo - Sistema Nervoso Central - Sistema Muscular - Esfíncter





Autismo - Sistema Nervoso Central  - Sistema Muscular - Esfíncter

Ao passar do tempo eu apresentei diversas Comorbidades e Condições Coexistentes, tive momentos da minha vida que sentia muitas dores, problemas estomacais, gastrointestinais, micção descontrolada, entre diversas outras características que me causavam desconforto, ansiedade acentuada e pânico.

Meu corpo sempre se curvava nas conversas, meu movimento sempre era de maneira oposta aos demais, minhas mãos já estavam bem retraídas, fazia movimentos rápidos com meu pescoço, os dedos todos contorcidos, não conseguia me ver apenas sentir.

Porém consegui melhorar, tive uma pequena regressão saindo de Leve para Moderado (Relacionado a outros problemas de socialização, essa é outra história 😉) porém consegui melhorar minha qualidade de vida em 80%, sem milagres, promessas ou produtos mágicos, seguindo apenas a ciência e medicina.

Para que possa ajudá-los preciso rebobinar um pouco minha história.

Tive o diagnóstico tardio, processo que começou a mais de cinco anos atrás, gastrite acentuada, refluxo forte, dores no estômago, problemas com o sono, dores no corpo, micção frequente, entre outros problemas. Tinha passado por dois gastroenterologista, otorrinos, urologistas e nenhuma resposta que me ajudasse de verdade.

Foi então que conheci uma médica especializada em patologias gastrointestinais e autismo, ao inicar o atendimento começamos a conversar sobre meus problemas ela logo se mostrou interessada em me ajudar, começamos pelo básico, olhar para o conceito por trás de todo nosso organismo, que vive e pulsa a todo momento, logo começamos a ligar diversos estudos que mostravam a prevalência de problemas musculares no Autismo (Mais de 70%).

Reduzimos os excessos de exames e medicamentos, foi então que fizemos a simples ligação;

Neurodesenvolvimento = Sistema Neural = Sistema Nervoso Central = Sistema Muscular = Todo o corpo.

Para se ter uma ideia temos ligações musculares em todo o no nosso corpo começando pelo cérebro até o nosso último músculo de ligação no pé, temos mais de 40 esfíncteres no nosso corpo que controlam desde o estômago, bexiga e ânus entre diversas outras características únicas que tentam se comunicar em meio a toda essa desordem, sim Autismo = Desordem.

Quando pegamos a Amígdala (Já fiz uma publicação aqui sobre) percebemos que essa pequena parte de nosso cérebro se mostra super ativa, apresentando aceleração ou lentificação em nossos pensamentos, que por sua vez gerará automaticamente a famosa desordem muscular.

Imagine o músculo como um elástico, a capacidade de retorno desse elástico para sua posição inicial seria a comunicação do seu Sistema Neural com sua Amígdala em compensação a sua comunicação entre o Sistema Nervoso Central seria o movimento de uma nova resposta do seu Sistema Muscular. Essa simples ligação explica o que causa os mais variados problemas no Autismo, vamos ver alguns exemplos?

Sistema Nervoso Central = Sistema Muscular = Esfíncter Estômago = Refluxo = Gastrite = Ezofagite = Faringite = Rinite = Otite = Etc …

Sistema Nervoso Central = Sistema Muscular = Esfíncter Bexiga  = Incontinência Urinária = Infecção Urinária = Gatilhos = Insônia/Ansiedade = Etc …

Assim sucessivamente.

Quando eu identifiquei os gatilhos corretos refiz todo o processo de nutrição com ajuda de uma endócrino (Sim eu precisava medir outras taxas) iniciei as terapias e minimizei outras características com medicação.

Hoje com trinta anos sou Autista, Savant com Fibromialgia uma pequena sequela ocasionada pela demora para o devido diagnóstico e apoio, porém sem essa avaliação mesmo que tardia hoje as medicações e tratamentos poderiam ter um efeito bem menor.

Sempre faça a devida avaliação profissional, peça sempre para avaliar questões e ligações com o sistema muscular, basta seguir a linha do neurodesenvolvimento.

Autista Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Autismo - Televisores - Estereotipias - Quebra



Autismo - Televisores - Estereotipias - Quebra

Venho de uma família humilde, desde pequeno minha mãe sempre trabalhou para me dar as coisas, eu sempre fui inquieto na sala, no momento de assistir televisão, sempre gostava das aberturas dos desenhos, chegava correndo, retirava as roupas, ficavam só de cueca e pegava minha mamadeira (12 Anos), na minha maratona eu ficava de ponta a cabeça no sofá, assistindo os canais olhando ao contrário, com o corpo largado.

Ao passar do tempo eu sempre chegava perto da Televisão para assistir, porém existia algo diferente dos dias atuais, nenhuma televisão ficava acima do meu corpo em comparação ao ambiente, eu também gostava de deitar no ambiente ao invés de ficar em pé 

Após anos, com a descoberta do autismo, comecei a observar as ações de diversas crianças com autismo, que faziam estereotipias na frente da televisão gerando um processo de imitação muito diferente do que eu fazia na época, pulando, se balançando e até danificando os equipamentos.

Foi então que pesquisando mais a fundo descobri uma pesquisa de Oxford feita com 500 crianças Autistas onde foi observado que a posição da televisão afetava diretamente as estereotipias em desordem com seu sistema muscular aumentando o excesso de repetição além de possíveis crises pelo descontrole vestibular.

Sendo assim 87% das crianças que tinham Televisores elevados acabam danificando os aparelhos, essa taxa era 10% maior quando no mesmo ambiente existia excesso de estímulos além de ficarem 76% do tempo em pé;

Rebobinando minha história, lembro que minha sala simples e humilde não tinha nenhuma mesa alta muito menos excessos de estímulos naquele ambiente, chegando a conclusão de que muitas dores de cabeças poderiam ser evitadas pela alteração desse processo.

Segue dicas;

*Mantenha a televisão no campo de visão do Autista;
*Mantenha a televisão em uma altura menor a do Autista;
*Mantenha o ambiente com uma quantidade limitada de estímulos;
*Mantenha um tempo pré estabelecido para a utilização dos aparelhos eletrônicos;
*Evite estereotipias com objetos pontiagudos ou pesados;
*Mantenha os controles sempre em um lugar fixo;

Espero que minha experiência ajude outras mamães e Autistas, utilizando de forma consciente a tecnologia pode ser bem proveitosa e divertida.

Autista Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.