quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

VAMOS FALAR SOBRE A DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA NO MEIO AUTÍSTICO.




Estamos vivenciando uma mudança cultural gigante por parte de vários profissionais e pessoas comuns entre o meio Autístico, de um lado vemos pessoas que defendem que o Autismo não é uma deficiência e sim uma doença, sem compreender a diferença de comorbidades e condições coexistentes, de outro lado pessoas e profissionais que defendem que o Autismo é sim uma deficiência, podemos observar uma ingenuidade gigantesca por parte de muitas pessoas sem respeitar a característica individual de cada Autista.

Em contra mão o mundo vem se adaptando e aperfeiçoando ao meio Autístico, conforme atualização da SSA Internacional gov., a Social Security atualizou sua lista de deficiências para o (TEA) Autismo em 2017. A listagem 112.10, para consulta global da deficiência, sabemos que partindo do princípio da equidade processo correto de justa medida para inclusão de pessoas a um meio social, devemos primeiramente entender que cada pessoa, tem suas particularidades, potencialidades e negativas, somos um único em meio a um todo, precisamos respeitar essas diferenças.

Vamos voltar um pouco em 2012? Quando Berenice Piana conseguiu aprovação da Lei 12.764, uma gigante vitória para a sociedade autística, dando acesso e direito a vários processos antes invisíveis e indisponíveis no Brasil para Autistas, incluindo todos os direitos de igualdade, benefícios, e amparo social, desde então estamos em um processo cultural gigante, onde ainda ficamos propensos a profissionais e diagnósticos desatualizado.

Levando em consideração o respeito desse ícone para nossa sociedade autística e brasileira, Berenice Piana, devemos dentro da Equidade (Sim eu gosto dessa palavra, vale toda a reflexão) respeitar nossa diversidade, assim como existem milhares de Familiares, Mamães, Papais, cuidadores e Autistas que precisam do BPC/LOAS, justiça, educação, todos os benefícios sociais junto com outras ferramentas que essa classificação lhe oferecem. Mesmo eu não precisando de alguns desses benefícios, preciso respeitar e entender que a defesa da classificação vai além da nossas particularidades individuais se estendendo a todo o grupo de Autistas que precisam de alguma maneira do devido apoio.

Vamos refletir e respeitar as diferenças.

Autista Jacson Marçal @jacsonfier nas redes sociais.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Precisamos Falar do Autismo




O Autismo não é mais algo que deve ser desconsiderado pelas pessoas, a presença do Autismo está cada vez mais visível entre nós, as pessoas me perguntam "Jacson o número de Autistas vem aumentando?" Acredito que não seja apenas isso, com a preocupação e entendimento maior do assunto vemos mais profissionais buscando se aperfeiçoar em caraterísticas que envolvem o TEA, TDA, TDAH, DI etc… (Ainda em número muito pequeno) são centenas de Ramificações, Classificações Condições Coexistentes e Comorbidades associadas.

Por outro lado eu vejo o despreparo social como um todo, quem depende do S.U.S e infelizmente até alguns planos de saúde acabam ficando condicionados as longas filas de espera além da incerteza de achar profissionais capacitados para atender adequadamente às crianças, adolescentes e adultos dentro do espectro.

Algo facilmente observado são laudos que são dados a revelia, sem uma conclusão completa sobre as particularidades, potencialidades e negativas de cada Autistas, algumas mamães têm seus filhos enquadrados em quadros mais agravantes de Hipersensibilidade, Deficiência Intelectual, Transtornos de Personalidade ou Epilepsia sem nem mesmo ter noção das medicações ou do acompanhamento devido com retornos pré estabelecidos para a devida adequação daquele fármaco ou terapias sobre aquele paciente.

Infelizmente o Brasil apresenta no quadro uma visão muito estagnada dos devidos processos do que é o Autismo, das potencialidade e duplas excepcionalidades a serem extraídas de cada indivíduo, além de métodos totalmente ultrapassados para o devido apoio, onde papais, mamães, cuidadores e Autistas ficam propensos a incerteza da indústria de pseudoterapias, procedimentos que visam apenas lucro financeiro com efeitos em suma maioria placebos, não validadas de maneira adequada para o sistema de saúde.

Quem devemos culpar ? A Família? Os Autistas? Os Médico não atualizado?

Acredito ser algo bem mais profundo a falta de preparo, entendimento e preceitos básicos para o tratamento e apoio ao meio Autístico. Precisamos reeducar e aperfeiçoar os métodos atuais, aplicar a inclusão com a *Equidade* transmitir conhecimento e informações adequadas, cortar falsas promessa de cura ou não melhora do quadro Autístico, apoiar familiares, papais e principalmente mamães que recebem todo tipo de pressão, física, financeira, familiar e profissional onde não recebem o devido amparo e acabam entrando no estado do Fenótipo Ampliado do Autismo, apresentando características únicas que afetam o seu dia a dia.

A mudança deve começar já.

Autista - Jacson Marçal @jacsonfier 🍃🍃🍃


domingo, 23 de fevereiro de 2020

O OUTRO LADO DA MOEDA DO ENSINO.



Gostaria de chamar atenção para o outro lado da moeda, os profissionais guerreiros de pedagogia, que lutam diariamente pelo ensino de qualidade em normas e diretrizes para o aperfeiçoamento das diversidades no meio TEA, TDA, TDAH, ETC...

Os profissionais de pedagogia precisam receber os dados do devido diagnóstico, incluindo potencialidades e negativas de cada aluno.

Os professores podem elaborar um relatório informativo solicitando que os familiares, caso não apresentem o relatório devidamente detalhado com as características individuais de cada aluno, tomem as devidas providências de diagnóstico complementar com profissionais de psicopedagogia e neuropsicologia.

Profissionais de pedagogia em caráter de professor de apoio ou responsável pelo PEI e outras ferramentas adicionais,  podem solicitar que os familiares, por meio de observações e detalhes sugestivos em forma de relatório, direcione aquela criança para o devido apoio médico e profissional, em casos de extrema rigidez, agressividade etc… (Pedagogos não podem fazer o papel do médico e terapeuta comportamental).

O governo em contrapartida tem o dever de trabalhar com políticas de aperfeiçoamento no método de ensino, vemos um grande retrocesso no processo atual brasileiro com características que divergem e dificultam a  aplicação do Plano Educacional Individualizado (PEI) do trabalho do professores de apoio e professores especializados em AEE.

Antes de criticar um pedagogo, converse com ele e entenda o outro lado da sua profissão respeitando suas particularidades e ferramentas disponíveis onde a secretaria da educação de cada cidade é responsável pela aparelhagem devida.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Músicas trazem 13 emoções distintas para os Autistas; confira quais são elas



Pesquisadores de psicologia da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) entrevistaram mais de 2.500 pessoas nos Estados Unidos e China sobre as repostas emocionais a milhares de músicas de todos os gêneros: rock, folk, jazz, clássica, banda marcial, experimental e heavy metal.

Enquanto o hino nacional dos EUA, “The Star-Spangled Banner”, provoca orgulho, a música “The Shape of You” de Ed Sheeran causa alegria. Já “Careless Whispers” de George Michael tem poder sedutor (para escutar essas músicas, veja abaixo).

Assim, eles conseguiram mapear 13 sensações diferentes: diversão, alegria, erotismo, beleza, relaxamento, tristeza, devaneio, triunfo, ansiedade, medo, aborrecimento, incitação e empolgação.

“Imagine organizar uma biblioteca massivamente eclética por emoções e captar a combinação dos sentimentos associados com cada faixa. Isso é essencialmente o que o nosso estudo fez”, diz o autor principal, Alan Cowen, doutorando em neurociência.

Os resultados do trabalho devem ser publicados ainda nesta semana na revista Proceedings of the National Academy os Sciences.

Cowen traduziu esses dados em um mapa de áudio interativo, em que o usuário vai passando o cursor nas áreas de diferentes emoções e pode ouvir várias amostras curtas das músicas avaliadas pelos participantes do estudo.

“Nós documentamos rigorosamente a maior constelação de emoções que são universalmente sentidas através da linguagem da música”, afirmou outro pesquisador do trabalho, Dacher Keltner, professor de psicologia da Universidade.

Esta pesquisa pode ser aplicada em diferentes áreas. Uma delas seria na criação de terapias psicológicas e psiquiátricas projetadas para evocar um determinado sentindo. Outra seria permitir que serviços de streaming como o Spotify ajuste seus algoritmos para satisfazer a vontade musical dos clientes.

Os participantes tanto dos EUA quanto da China identificaram emoções semelhantes quando ouviram certas músicas, mas os dois grupos divergiram quanto à qualidade da emoção: cidadãos de um país diziam que determinada música dava medo, mas de uma forma positiva, enquanto cidadãos do outro país sentiam medo de forma negativa.

“Pessoas de diferentes culturas podem concordar que uma música traz raiva, mas podem discordar se este sentimento é positivo ou negativo”, explicou Cowen, destacando que valores positivos e negativos, conhecidos na psicologia como “valência”, são mais específicos de cada cultura.

Os participantes dos dois países também apresentaram opiniões diferentes sobre o nível de excitação provocada por uma música. Ela poderia ser mais calma ou mais estimulante dependendo da cultura do participante.

As amostras de músicas foram retiradas de vídeos de YouTube, incluindo cenas de filmes.

Os participantes deste estudo foram recrutados por uma plataforma de crowdsourcing de trabalho virtual chamada Amazon Mechanical Turk. Eles classificaram 40 amostras de músicas com base em 28 categorias de emoções, além de uma escala de positividade e negatividade, e também em níveis de excitação.

Utilizando análises de estatística, os pesquisadores chegaram às 13 categorias gerais de experiência que eram preservadas nesses dois grupos culturais e que correspondiam a sentimentos específicos, como ser deprimente ou sonhador.

Para confirmar esses dados, cerca de mil pessoas dos Estados Unidos e da China classificaram mais 300 amostras de músicas ocidentais e chinesas. As respostas deste grupo validaram a hitóteses das 13 categorias.

“A música é uma linguagem universal, mas nem sempre prestamos atenção suficiente no que está sendo dito e como está sendo compreendido. Nós queríamos dar um importante primeiro passo para resolver o mistério de como a música pode evocar tantas emoções com nuances”, diz Cowen. [ Medicalxpress ]